Sou ansiosa, isso significa que a minha filha/o também vai ser ansioso?

11.11.2023 –

Desta vez, Andrea Costa debruça-se sobre o tema “Ansiedade”. Como é seu timbre, expõe em poucas palavras, porém entendíveis por todos, um tema complexo. Vale a pena ler!

“Existem múltiplos fatores que podem contribuir para o aparecimento da ansiedade nas crianças.

A hereditariedade encontra-se como fator importante, pois os estudos científicos mostram-nos que filhos de pais ansiosos podem vir a desenvolver problemas de ansiedade. Para além hereditariedade, existe a ansiedade que é aprendida no meio onde a criança está inserida. Isto é, existe uma maior probabilidade de a criança aprender reações emocionais por observação e imitação dos comportamentos das pessoas ansiosas à sua volta. Além disso, podemos dizer que os pais, avós, tios, podem, através das suas reações, fazer com que a criança passe a ter medo do mesmo que elas.

Atenção, não é obrigatório os pais terem ansiedade e os filhos também. Existe sim, uma maior probabilidade!

Existe também uma forte probabilidade de que alguns estilos de educação parental possam desencadear o desenvolvimento de ansiedade nos filhos. Não estamos aqui a acusar nem criticar a forma como cada um educa os seus filhos, mas o que a literatura nos diz é que educações mais rígidas, críticas ou protetoras, podem fazer com que a criança, quando adolescente ou adulto não tenha adquirido as ferramentas necessárias para os obstáculos decorrentes dessas fases da vida e tenha ansiedade.

Para além destes fatores temos ainda episódios traumáticos como acidentes de carro, mota, etc, violência física e psicológica, catástrofes naturais, assaltos, etc, e episódios que gerem grande stress na criança como o divórcio dos pais, mudança de casa e escola, a doença de um familiar, a morte de alguém.

É importante perceber que, quanto mais intensas, difíceis e stressantes forem as experiências da criança durante o seu desenvolvimento, maior será a probabilidade de sofrer de a ansiedade quando for adulto/a.

Se começam a perceber que os vossos filhos estão mais irrequietos, assustados, inquietos e que apresentam um comportamento ansioso, procurem ajuda psicológica. Quando mais tarde vamos ao psicólogo, mais bagagem carregamos connosco.”

  Andrea Costa – Psicóloga Clínica e da Saúde nº24454