Utentes da APCC põem as orelhas à escuta da inspiração em exposição de escultura

São vinte esculturas, de outros tantos autores, que vão ficar patentes até ao dia 31 de outubro, na Sala O2 da Quinta da Conraria. São o resultado de um exercício em que os utentes daquele espaço do Centro de Atividades Ocupacionais da Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra (APCC) deram ouvidos a diversas inspirações para criar uma coleção a que chamaram “Vais Ficar Sob Escuta na Sala O2”.

Na inauguração, que teve lugar hoje (14 de outubro), os criadores das peças em exibição e António Valente, professor de Expressão Plástica na instituição, revelaram pela primeira vez este conjunto de esculturas em gesso, tiradas em molde de silicone, forradas com cola e guardanapos com várias texturas, com acabamento em verniz craquelê que lhes dá um efeito de cerâmica.

Os visitantes puderam ainda interagir com os autores e perceber um pouco da dinâmica do trabalho na área das artes que é feito naquela sala. Uma oportunidade que se manterá até ao final da exposição, dado que o seu horário (10H00-12H00, de segunda a sexta-feira) coincide de forma deliberada como o funcionamento regular daquele espaço. Será ainda possível neste período, comprar as esculturas em causa.

A Sala O2 é uma resposta para pessoas com significativas limitações da atividade e restrições na participação, mas empenhadas em trabalhar – com ou sem adaptações – e mostrar as suas atividades sociais, criativas ou lúdicas, numa perspetiva ordenada do saber fazer. Foi com este propósito, aliás, que foram já organizadas exposições dedicadas à linoleogravura, a diferentes tipos de pintura, à monotipia, à escultura, aos brinquedos de mola ou aos fantoches.

A exposição “Vais Ficar Sob Escuta na Sala O2” está integrada no projeto SOCRIN – SOCIALMENTE, CRIATIVO E INCLUSIVO, em que se trabalha a transformação das mentes dos utentes da Sala O2, se procura contribuir para a sua sociabilização e se lança um convite à sociedade para abraçar esta iniciativa e os seus objetivos.

Para a APCC, a apresentação pública de trabalhos artísticos ou produtos manufaturados é uma forma de apoiar e fomentar o processo inclusivo, em linha com a sua missão de promover a inclusão social de pessoas em situação de desvantagem, com especial incidência nos que têm deficiência ou incapacidade.