“Será muito difícil recuperar”: mais de 32.500 alunos sem professor no fim do 1º período

15.12.2023 –

Esta sexta-feira é o último dia de aulas do 1º período para a maioria dos alunos. Mais de 32.500 estão sem professor a pelo menos uma disciplina. Cristina Mota, professora representante da “Missão Escola Pública”, sublinha que “as aprendizagens estão certamente condicionadas” e “será muito difícil recuperar”.

No último dia do primeiro período, há alunos que entram de férias sem terem tido aulas a pelo menos uma disciplina. Segundo a Fenprof, 32.500 alunos sem professor a pelo menos uma disciplina. Inglês e Português são as áreas com mais falta de docentes e é no sul que o problema mais se acentua. As regiões de Lisboa, Setúbal e Faro apresentam as maiores dificuldades nas contratações. Cristina Mota, professora representante da “Missão Escola Pública”, dá conta dos detalhes da situação e das implicações da situação na avaliação dos alunos.

Temos neste momento 43 turmas que não tiveram professor este período inteiro, portanto este trimestre não tiveram professor, principalmente nas disciplinas de Português, Francês e Inglês. São alunos que não vão ter avaliação este período garantidamente, o mesmo acontecendo com alunos que, ainda que tenham tido professor, não tenha o número de aulas suficientes para garantir essa avaliação”, explica Cristina Mota.

A agravar a situação, está também o aumento do número de profissionais que se aposentaram. Só este ano, as escolas públicas perderam mais de 3.500 docentes para a reforma. A partir de 1 janeiro vão sair mais de 400.

Portugal tem, neste momento, uma das classes docentes mais envelhecidas da Função Pública. A média de idades, no ensino público, é superior a 50 anos.

Em entrevista na SIC Notícias, a professora Cristina Mota sublinha a preocupante situação de falta de docentes este ano, que carece de resolução urgente.

Ainda que venham a ter professor, terão as aprendizagens certamente condicionadas e provavelmente para o ano vão ter de ter um reforço na carga horária para conseguirem ver estas lacunas e será muito difícil recuperar”, considera a docente representante da “Missão Escola Pública”.

SIC Notícias