O Vale do Mondego foi palco da 6ª e 7ª ações do projeto aQuacer – Eficiência do uso da água na fileira dos cereais, a 27 de julho. Várias dezenas de agricultores visitaram parcelas de arroz e milho onde estão a ser implementadas técnicas de uso eficiente da água, como é o caso da rega por gravidade com pendente, no milho, e da sementeira enterrada em arroz.
Na região do Mondego, onde predomina a pequena propriedade e a cultura do milho é regada por gravidade, os agricultores têm vindo a fazer melhoramentos, nivelando os terrenos, de modo que, com a pendente criada, a água avance a maior velocidade, aumentando a eficiência da rega.
A Associação de Beneficiários do Baixo Mondego tem em curso ensaios para monitorizar o consumo de água na cultura do milho em terrenos nivelados com tecnologia laser, visando minimizar o consumo de água e maximizar a produção de milho. Os participantes na 6ª ação aQuacer tiveram oportunidade de visitar uma parcela onde esta tecnologia é aplicada.
O Diretor-geral da Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR), Rogério Ferreira, participou nesta ação, realçando que “estas ações de capacitação dos agricultores em contexto real são fundamentais no processo de melhoria da eficiência da utilização da água”.
O responsável da Autoridade Nacional do Regadio recordou que apenas 17% da SAU em Portugal é área irrigável, afirmando que o investimento em regadio é vital para produzir mais alimentos no atual cenário de alterações climáticas. “A capacidade de armazenamento será a realidade futura para enfrentar a falta de água em Portugal e temos margem para o fazer de Norte a Sul do país”, garantiu Rogério Ferreira.
Da parte da tarde e durante a 7ª ação deste projeto, os participantes tiveram ocasião de visitar uma parcela de arroz, pertença do agricultor Rui Rama, onde foi efetuada a sementeira enterrada, com uma evidente economia na água aplicada.
O projeto aQuacer é uma iniciativa da ANPROMIS – Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo, da ANPOC – Associação Nacional de Produtores de Cereais e do COTARROZ – Centro Operativo e Tecnológico do Arroz, que convidaram o COTR– Centro Operativo e Tecnológico do Regadio e o IPMA – Instituto Português do Mar e da Atmosfera para responder ao repto da Fundação Calouste Gulbenkian de promover um uso mais eficiente da água no setor agrícola nacional.