Homem detido pela PJ por burla qualificada ao tentar comprar quinta com “euros marcados”

24.11.2023 –

O indivíduo fazia-se passar por investidor, dizendo às potenciais vítimas que pagaria a aquisição do imobiliário em numerário, uma vez que esperava a chegada de uma mala com 4,8 milhões de euros em notas “marcadas”. A PJ deteve o suspeito após uma queixa.

Um homem, com 38 anos e nacionalidade estrangeira, foi detido pela Polícia Judiciária por “fortes indícios” de burla qualificada, na forma tentada, e falsificação de documentos. O suspeito, que se dedicava a uma burla conhecida como “Euros Negros ou marcados”, foi identificado após uma queixa de potenciais vítimas.

O indivíduo fazia-se passar por um investidor e tentava convencer os proprietários a venderem os seus imóveis por quantias avultadas. Explicava que o pagamento seria realizado em numerário, com notas “marcadas com um sinal” que teria de ser “retirado com uma solução química própria”. Esta solução química custaria 300 mil euros – valor que o indivíduo pedia às vítimas sob a forma de empréstimo.

O suspeito visitou uma quinta, situada no concelho de Alenquer, e apresentou-se às duas proprietárias que a exploram comercialmente como sendo filho de um general de um país africano, mostrando-se interessado em adquirir o imóvel, pelo qual ofereceu 2,5 milhões de euros”, conta a PJ em comunicado.

Terá dito às proprietárias que “faria o pagamento em numerário, uma vez que aguardava a chegada de um diplomata que lhe traria uma quantia que se cifrava em 4,8 milhões de euros”. No entanto, essa quantia vinha em notas “marcadas com um sinal para evitar que o transportador, mesmo sendo um diplomata, caísse na tentação de furtar a mala”.

Para transmitir confiança às proprietárias, o indivíduo convidou-as para se reunirem em “unidades hoteleiras luxuosas, de cinco estrelas”, em Lisboa, “onde se registou com identidades falsas”. Nessas reuniões, o suspeito mostrou malas com “bastantes maços de supostas notas de euro”.

O indivíduo terá ainda explicado às proprietárias que as marcas colocadas nas notas teriam de ser retiradas com uma solução química própria, que custaria 300 mil euros. Este montante foi solicitado às empresárias, com promessas de reembolso “com acréscimo de 15% dos 4,8 milhões de euros”.

As proprietárias da quinta recusaram o negócio e apresentaram queixa na PJ contra o alegado investidor, permitindo às autoridades identificar e deter o suspeito – que “atuava com nomes e documentos falsos”. A PJ realizou ainda buscas domiciliárias e não domiciliárias, tendo apreendido um abundante e relevantíssimo acervo probatório da prática deste tipo de crimes”.