Grupo de makers de Tábua voluntariou-se para “Ajudar quem não pode ficar em Casa!”

No momento em que o país e o Mundo atravessam sérios problemas resultantes da pandemia Covid-19, existem grupos de pessoas que, de forma voluntária, tentam ajudar a minimizar impactos. É o caso do Movimento Maker Portugal (um movimento português com milhares de entusiastas) incentivado pelo fundador Bruno Horta, que considera ser esta, a altura de usar as impressoras 3d para o bem comum e tentar produzir o máximo possível de viseiras de proteção facial!

Carlos Mesquita, Rafael Alves e Ricardo Saraiva residentes em Tábua, são membros deste movimento e verificaram a grande necessidade existente nos profissionais responsáveis por garantir e zelar pela nossa segurança e bem estar, que estes estavam desprovidos de proteções faciais, mais propriamente de viseiras.

Inicialmente cada um de deles iniciou essa mesma produção em casa, mas ao pedirem um apoio à gráfica Printacor na pessoa do João Ricardo, para a cedência do espaço, conseguiram com a sua resposta positiva, conjugar toda a produção e finalização das viseiras protetoras.

Definiram, então, estratégias para que as prioridades de produção/distribuição fossem direcionadas para  Hospitais, Ipss´s, Lares, Bombeiros e Forças de intervenção. Solicitaram, também, apoio ao Município através da ADI – Associação de Desenvolvimento Integrado de Tábua e Oliveira do Hospital, o acesso à lista de contactos dos diversos comerciantes e que esta fosse a parceira na comunicação com os comerciantes locais.

A azáfama de pedidos multiplicou-se e a necessidade de mais produção era exigente. A produção diária não conseguia acompanhar essa necessidade… desta forma, solicitaram o apoio do Município de Tábua que detinha duas impressoras, para além do apoio do Grupo Aquinos que lhes fez chegar uma impressora, à empresa Noesis que, para além de adquirir uma impressora também lhes fez chegar consumíveis para estas e à Gráfica Printacor que também adquiriu uma para lhes apoiar, somando assim às iniciais 3, o total de 8 impressoras, que produziam no máximo duas viseiras por hora. Esta produção era feita entre as 17:00 e as  02:00 horas da madrugada.

As publicações das entregas e agradecimentos eram feitas pelas próprias associações e demais entidades divulgadas nas páginas pessoais do Facebook, o que rapidamente criou uma onda de generosidade por parte de algumas pessoas, que lhes fizeram e ainda hoje estão a fazer chegar, material e donativos para a produção destas mesmas viseiras. Nunca nenhum destes 3 elementos pensou que este movimento causasse tanto impacto e tanta empatia por parte da comunidade, o que os sensibilizou e deu força para não parar mas sim a continuar a “Ajudar quem não pode ficar em casa!”

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O movimento Maker tem trabalhado de forma autodidata e Carlos, Rafael e Ricardo assumem que “é devido ao altruísmo e vontade de ajudar dos voluntários que temos inseridos no movimento”, que sentem que estão a ajudar, de alguma forma o país nesta hora tão difícil..

Foram, também, contactados na abertura do Mercado Municipal pelo Município de Tábua para apoiar com 120 viseiras que iriam fazer parte integrante de um kit que seria distribuído a todos os vendedores daquele local. Confessam-se “lisonjeados” pois, assumem, “nosso objetivo é mesmo este: dotar o maior número de profissionais de viseiras que os deixem protegidos”

Tendo, até ao momento, cerca de 2.000 viseiras produzidas em Tábua, estes 3 rapazes admitem que são muitas “as horas roubadas ao sofá e às nossas famílias”, mas fazem-no sem nenhum arrependimento pois, o que os reconforta é saber que as viseiras estão a ser “muito bem aproveitadas pelos profissionais a quem são distribuídas”

Francisco Ferra / Jornal Mira Online / Maker

Fotos: Maker