03.2.2024 –
Conclusões de estudo do Instituto de Investigação Clínica e Biomédica da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (iCBR-FMUC)
Alterações no tecido adiposo podem constituir alvos terapêuticos para prevenir doenças metabólicas, que afetam 28,7% dos portugueses com excesso de peso.
Segundo Paulo Matafome, investigador do Instituto de Investigação Clínica e Biomédica da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (iCBR-FMUC), as alterações precoces no tecido adiposo podem constituir “alvos terapêuticos para prevenir as doenças metabólicas associadas à obesidade”. Em Portugal estas patologias já afetam 28,7% das 67,6% de pessoas com excesso de peso.
Sabe-se que o índice de massa corporal, apesar de ser um fator de risco, não se relaciona diretamente com o desenvolvimento de doenças metabólicas, como a diabetes tipo 2, a doença do fígado gordo não alcoólica, doenças ósseas, demência e cancro. De acordo com Paulo Matafome, “as complicações da obesidade estão mais associadas à disfunção do tecido adiposo, mas os eventos que conduzem a esta disfunção não são completamente conhecidos”.
O estudo do iCBR-FMUC, publicado na revista norte-americana Metabolism mapeou cronologicamente as alterações a nível molecular do tecido adiposo visceral em doentes com obesidade e diferentes graus de disfunção metabólica, desde a insulino-sensibilidade até à diabetes tipo 2. Verificou-se ainda que, antes de o metabolismo da glicose sofrer alterações que originam a pré-diabetes e a diabetes tipo 2, a plasticidade e a remodelação do tecido adiposo em doentes com resistência à insulina diminuem.
A equipa de investigação que assinou o artigo científico Clinical and molecular profiling of human visceral adipose tissue reveals impairment of vascular architecture and remodeling as an early hallmark of dysfunction é constituída por Daniela Rosendo-Silva, Pedro Bastos Gomes, Tiago Rodrigues, Sofia Viana, André Nogueira da Costa, Philipp E Scherer, Flávio Reis, Francisco Pereira, Raquel Seiça e Paulo Matafome.
Paulo Matafome