Degelo nos Alpes suíços leva à descoberta de dois corpos e destroços de um avião

Temperaturas recorde registadas nos Alpes suíços estão a levar ao degelo dos glaciares, o que já permitiu descobrir dois corpos e um avião que caiu em 1968.

Os Alpes suíços já enfrentaram duas ondas de calor este verão e os glaciares estão a derreter devido às altas temperaturas registadas, que quase chegaram a 30°C em Zermatt.

Nas últimas semanas, resultado do degelo dos glaciares, grupos de caminhantes já encontraram dois corpos e restos de um avião, que terá caído em 1968.

Nos primeiros dias de agosto, dois alpinistas franceses, enquanto escalavam o glaciar de Chessjen, no cantão de Valais, encontraram ossos humanos, confirmou a polícia.

Foram descobertos perto de um antigo caminho que deixou de ser usado há cerca de 10 anos e, provavelmente, só foram encontrados porque os alpinistas estavam a usar um mapa antigo do local. Dario Andenmatten, guarda da cabana da montanha Britannia, estimou que a pessoa tivesse morrido entre “1970 e 1980”.

Uma semana antes, no glaciar Stockji, perto do resort de Zermatt, a noroeste do Matterhorn, tinha sido encontrado outro corpo.

Segundo a polícia de Valais, o processo de de identificação através do ADN está a decorrer e poderá levar alguns dias. Existe uma lista de cerca de 300 casos de pessoas desaparecidas desde 1925.

Um dos corpos, conta o The Guardian, está a ser associado ao milionário Karl-Erivan Haub, dono de uma rede de supermercados, que desapareceu a 7 de abril de 2018, na zona de Zermatt, enquanto esquiava. No entanto, um dos caminhantes que descobriu o corpo disse ao jornal Blick que as roupas eram de cor néon, “ao estilo dos anos 80”.

Na primeira semana de agosto, um guia turístico descobriu também os destroços de um avião que tinha caído no glaciar de Aletsch, perto dos picos das montanhas Jungfrau e Mönch, em junho de 1968.

Dominik Nellen, de 38 anos, disse, citado pelo The Guardian, que acreditava estar a olhar para duas mochilas e não para destroços de um avião.

Apenas uma inspeção posterior e mais detalhada confirmou que os objetos encontrados pertenciam a uma aeronave Piper Cherokee, que levava a bordo, quando caiu, um professor, um médico-chefe e filho. Os corpos foram recuperados na altura, mas os destroços do avião não.

SIC Notícias