A Universidade de Aveiro celebrou hoje com o Grupo Jerónimo Martins um protocolo para desenvolver o “Programa Individual de Estudos Multidisciplinares”, destinado a pessoas com dificuldades intelectuais e desenvolvimentais.
O protocolo serve de suporte a um projeto focado “na inclusão plena de pessoas com dificuldades intelectuais e desenvolvimentais (DID) no meio académico e no mercado de trabalho”.
“A Universidade de Aveiro tem garantido o acesso ao conhecimento de estudantes com necessidades especiais, ajustando as suas condições de estudo e vivência académica e a colaboração com o Grupo Jerónimo Martins permite ir mais longe e garantir o acesso ao trabalho, a valorização e a integração profissional”, destacou o reitor da UA, Paulo Jorge Ferreira.
Para Pedro Soares dos Santos, presidente do Grupo Jerónimo Martins, “as empresas são chamadas cada vez mais a assumir a responsabilidade, perante a sociedade, de darem um contributo positivo e serem parte da solução, nomeadamente no que diz respeito ao desafio de incluir pessoas com maior vulnerabilidade no mercado de trabalho e na vida ativa”.
A iniciar em outubro, o curso contempla uma dimensão académica e uma dimensão profissional, com uma formação prática em contexto de trabalho.
De acordo com a informação disponibilizada pela Universidade, “estudantes com DID que, pela via tradicional, após frequência da escolaridade obrigatória não teriam acesso ao Ensino Superior, terão, através deste projeto, a oportunidade de frequentar um programa lecionado na Universidade de Aveiro, com a duração de dois anos letivos e que inclui dois estágios no Grupo Jerónimo Martins, em ambiente real de trabalho”.
Segundo é descrito, na componente curricular do curso, os estudantes estudarão em turmas regulares, sendo acompanhados por um coordenador-tutor.
Têm direito a usufruir dos serviços e apoios que a UA disponibiliza a todos os seus alunos, “numa perspetiva inclusiva e emancipatória, assente na crescente autonomia dos alunos e contingente com as competências e necessidades de cada um”.
“Trata-se, assim, de um programa duplamente inclusivo: no meio académico e no mercado de trabalho”, sublinha a universidade.
O apoio do Grupo Jerónimo Martins traduz-se no financiamento do coordenador-tutor e das propinas dos alunos, na colaboração na fase de candidatura e seleção dos alunos, no acompanhamento e monitorização, e em dois momentos de estágio: um concluído o primeiro ano curricular e o outro no final do curso.
Lusa