Os resíduos destes equipamentos são um dos problemas ambientais que podem ser combatidos com a extensão do seu ciclo de vida.
Quando se compra um novo eletrodoméstico, surge a dúvida em relação ao que fazer com o antigo. A União das Freguesias de Coimbra (UFC) recorre à economia circular social para dar uma solução: recolhe os equipamentos, requalifica-os e entrega-os a famílias carenciadas. O presidente da UFC, João Francisco Campos, explica que “os que estão em condições são logo direcionados para entregar a famílias ou instituições; os que não estão, e são passíveis de ser requalificados, são requalificados”.
Para ajudar na extensão do ciclo de vida dos eletrodomésticos, foi criada uma parceria com o Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC), que arranja microondas, varinhas mágicas ou televisões sem custos. Paralelamente, a junta tem ainda uma rede local de empresas que, segundo João Francisco Campos, conseguem reparar grandes eletrodomésticos, como máquinas de lavar a roupa ou frigoríficos, mas a um custo reduzido.
Mesmo os equipamentos que já não têm arranjo conseguem voltam a ter valor com a iniciativa da UFC: “há uma parceria com os Bombeiros Voluntários de Brasfemes e eles recolhem esse tipo de eletrodomésticos, em fim de vida, e depois vendem-nos a empresas, fazendo alguma receita”, conta o autarca.
O sucesso do projeto levou a UFC a criar outra iniciativa, o MOVE+. Aqui a entidade recebe equipamento geriátrico (cadeiras de rodas, canadianas ou andarilhos) que é avaliado pelo ISEC e pela Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra. Posteriormente, os equipamentos são reintegrados no circuito e entregues a cidadãos incapacitados sinalizados pelo Gabinete de Ação Social da UFC. Ambos os projetos fazem parte do Pacto Institucional para a Valorização da Economia Circular na Região Centro, dinamizado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro.
Na região centro há também outras entidades que estão a apostar na extensão do ciclo de vida de vários materiais. Em Arganil, por exemplo, a autarquia quer criar redes na comunidade local capazes de reparar e reutilizar resíduos, para que sejam transformados em novos produtos. Já a Câmara Municipal de Soure pretende reutilizar mobiliário urbano que já não está a ser usado.