De maio de 2018 até setembro de 2019, dois soldados da Esquadra de Polícia Aérea, na altura com 20 e 21 anos, foram obrigados a comer ração diretamente das vasilhas dos animais sem usarem as mãos. Eram ainda transportados em gaiolas destinadas aos cães.
Dois soldados que integravam a Esquadra de Polícia Aérea, em Monte Real, Leiria, foram submetidos a abusos durante mais de um ano. Eram obrigados, por exemplo, a comer ração de cão e foram ameaçados com armas de fogo. Os dez militares envolvidos vão agora ser julgados por quatro crimes.
Era durante a noite, no interior da Base aérea n.º 5, em Monte Real, que tudo acontecia. Dez militares a exercerem funções chamavam-lhe o processo de integração e ensinamento.
De maio de 2018 até setembro de 2019, dois soldados da Esquadra de Polícia Aérea, na altura com 20 e 21 anos, foram obrigados a comer ração diretamente das vasilhas dos animais sem usarem as mãos. Eram ainda transportados em gaiolas destinadas aos cães.
Abusos eram filmados
Os militares usaram ainda a arma de serviço para ameaçar as vítimas, apontando-lhes à cabeça e, se reportassem as situações aos superiores, iam ter mais consequências.
Os abusos eram filmados, sem consentimento e divulgados num grupo da rede social Whatsapp.
No processo a que o jornal Correio da Manhã teve acesso ainda fica claras dezenas de outras humilhações levadas a cabo pelos mesmos.
Os dois soldados foram escolhidos porque, segundo os agressores, tinham um mau desempenho. Um dos jovens terá tentado suicidar-se, já o outro simulou, alegadamente, um roubo para ser expulso.
Os dez militares foram acusados de quatro crimes por abuso de autoridade, ofensas à integridade física e ainda por uso ilegítimo de arma, pelo que vão ser julgados no Tribunal de São João Novo, no Porto.
A SIC pediu esclarecimentos à Força Aérea, que diz que não presta declarações por ser um assunto de justiça, mas lamenta a situação e garante que tem medidas internas para proibir qualquer comportamento violento.
SIC Notícias