30.9.2022
Sofia Miranda e Marta Estrela participaram no “World Rescue Challenge 2022” durante três dias e trouxeram do Luxemburgo ” aprendizados fundamentais“…
Composto por duas provas (Standard e Complexa), o Campeonato do Mundo de Trauma “correu dentro do que estávamos a espera” segundo estas destemidas bombeiras mirenses. Sabendo-se que desejavam alcançar o melhor resultado possível, ambas consideraram que o “28º lugar na Geral, com mais de 50 equipas participantes, até foi um resultado simpático e animador” admitem.
Sofia e Marta são “o oposto, uma da outra” e assumem com naturalidade que isso acaba por “ser benéfico como equipa” pois cada uma delas tem a sua forma de ser e cada uma delas teve a sua maneira de olhar as dificuldades das situações que tiveram de enfrentar, nos cenários que encontraram.
Sendo provas em que as equipas chegam totalmente às escuras, já que não sabem o que vão encontrar, o nível de concentração e de percepção é fundamental, como no caso de um verdadeiro acidente, para que as operações decorram de feição. E, foi assim que a experiente Sofia e a iniciante Marta tiveram de encarar, em primeiro lugar, a prova complexa e, somente mais tarde, a prova standard que seria, na teoria, o cenário mais adequado às suas aspirações. Quis o sorteio que a equipa mirense (uma das 6 equipas lusitanas em prova na localidade de Kockelscheuer, no Luxemburgo) tivessem de dar o litro, primeiro na prova com maior complexidade…
Questionadas sobre “qual o efeito prático de uma participação como esta num cenário real, por cá?” Sofia (de longe, a mais falante) assumiu que “em Portugal temos muitos bons profissionais, mas poucos equipamentos e, por isso, temos de nos adaptar na hora, colocando em prática o que lá aprendemos, com o que aqui temos à mão…” o que foi plenamente corroborado pela tímida Marta que, mesmo falando menos, trabalhou muito “e bem!” durante o evento de nível mundial… o que quer dizer que uma partcipação dessas, não é para todos!
Considerando que terem participado no Mundial (Sofia já participa desde 2017) “é uma grande mais valia, um momento único em que aprendemos técnicas novas, participamos em workshops e que obriga-nos a pensarmos fora da caixa” ambas as participantes garante que vão “trabalhar, a partir de agora, já a pensar no próximo Campeonato Nacional, que decorrerá em 2023” visando, claramente, uma nova participação em Mundial.
Em jeito de balanço, ambas definem entre sorrisos (mais aberto de uma e mais tímido de outra), como os momentos mais “terríveis e complicados” de todo o evento, exatamente os “trinta minutos que antecederam as nossas entradas em cena… são trinta minutos de isolamento, onde estamos nós, somente nós, numa sala à espera que nos chamem para termos de, em somente dez minutos, “salvar vítimas”. É mesmo bastante complicado aquela meia hora de expectativas, onde tudo nos passa pela cabeça e a adrenalina está TOP em nós!”
Ainda assim, a extrovertida Sofia Miranda e o seu oposto, a introvertida Marta Estrela entraram em palco e deram o seu melhor: O seu melhor num Campeonato bastante difícil. O seu melhor em nome da Corporação, cujas “Direção e Comando” apoiaram-nas desde a primeira hora. Mas, elas deram, principalmente, o seu melhor no sentido de partilhar, já em casa, com os companheiros e de colocar em prática, na estrada, tamanhos ensinamentos e aprendizagens que podem salvar, a qualquer instante, uma ou mais vidas. É disso que se tratou, no fundo, o que as levou ao Luxemburgo: terem a felicidade de salvarem vidas!
Jornal Mira Online