O vice-presidente do Conselho de Segurança e ex-presidente russo disse que “até ao verão deste ano, o mundo tornar-se-á mais seguro”, porque a Rússia terá de reforçar as suas fronteiras terrestres com os países da NATO.
O vice-presidente do Conselho de Segurança e ex-presidente russo, Dmitri Medvedev, ameaçou esta quinta-feira com o destacamento de armas nucleares no Báltico se a Suécia e a Finlândia aderirem à NATO.
“Será necessário reforçar o agrupamento de forças terrestres, defesa antiaérea, destacar forças navais significativas nas águas do Golfo da Finlândia. E, então, já não poderemos falar de um Báltico sem armas nucleares. O equilíbrio deve ser restabelecido”, escreveu Medvedev na rede social Telegram.
A Finlândia e a Suécia estão a analisar a possível adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), na sequência da guerra em curso na Ucrânia, desencadeada pela Rússia em 24 de fevereiro.
As autoridades de Moscovo usaram como uma das justificações para invadir a Ucrânia o objetivo de travar o avanço da NATO a Leste, dado que Kiev pretendia aderir à aliança militar ocidental.
A primeira-ministra finlandesa, Sanna Marin, disse na quarta-feira, no final de um encontro com a sua homóloga sueca, Magdalena Andersson, em Estocolmo, que a decisão sobre a possível adesão será tomada antes da cimeira da NATO em Madrid, marcada para o final de junho.
No seu comentário no Telegram, citado pela agência russa TASS, Medvedev disse que “muito em breve, até ao verão deste ano, o mundo tornar-se-á mais seguro”, porque a Rússia terá de reforçar as suas fronteiras terrestres com os países da NATO.
Segundo o também ex-primeiro-ministro russo, as fronteiras russas com a NATO “mais do que duplicarão” se a Finlândia e a Suécia aderirem à organização.
A Finlândia partilha uma fronteira de 1.340 quilómetros de extensão com a Rússia, que tem como vizinhos cinco membros da NATO: Estónia, Letónia, Lituânia, Noruega e Polónia.
Segundo a NATO, os membros da Aliança totalizam atualmente 1.215 quilómetros dos mais de 20.000 quilómetros da fronteira terrestre que a Rússia tem com 14 países.
A Rússia tem ainda fronteiras terrestres com Azerbaijão, Bielorrússia, Cazaquistão, China, Coreia do Norte, Geórgia, Mongólia e Ucrânia, e fronteiras marítimas com Suécia, Japão, Turquia e Estados Unidos.
Medvedev disse ainda que a NATO está disposta a aceitar os dois novos membros “no menor tempo possível e com o mínimo de procedimentos burocráticos”.
TSF/Lusa