31.1.2023 –
No último dia do ano, publicamos a primeira parte de uma coleção de entrevistas que pretendem levar o leitor para dentro das freguesias, dando-lhes a conhecer um pouco do muito que existe por detrás de terras pequenas onde habitam grandes e honestas pessoas!
São 16, as localidades que compõem o atual panorama político e geográfico daquela União de Freguesias e, todas elas possuem “realidades diferentes” que tem sido “acarinhadas por igual ao longo” desde o primeiro mandato para o qual fo Rui Soares foi eleito em 2013, como independente.
Com a maior área do Concelho de Coimbra (33 km2) e uma população bastante envelhecida, a região acolhe 3 IPSS´s: o C. S. Da Marmeleira, o Centro de Apoio Social de Souselas e o C. S. Cultural e Rec. do Botão e, quando questionado sobre a capacidade de resposta daquelas entidades, o Presidente assume que “estas três são suficientes e dão provas disso todos os dias!”.
Mas, que o leitor não se engane: nem tudo tem sido rosas no caminho percorrido por Rui Soares e sua equipa ao longo destes mandatos à frente dos destinos da União de Freguesias. “Quando começamos o primeiro mandato encontramos uma dívida de 122.000 euros no Botão e 50.000 euros em Souselas. Uma verdadeira loucura que me fez pensar “onde fui me meter?”” (risos).
A solução foi “falar honestamente com aqueles que tinham verbas a receber, dando-lhes a garantia de que dívida real seria paga, uma vez que faríamos (e fizemos) medições e cálculos que acabaram por levar a uma redução de 59.000 euros no montante original!” Como resultado desse primeiro esforço de colocar as contas num patamar mais adequado, hoje a União de Freguesias de Souselas e Botão possui “2 carrinhas, mais 1 trator , 1 autocarro, mais um espaço cultural, novas instalações da Junta de Freguesia e cerca de 900.000 euros em obras a serem realizadas”.
Entretanto, não bastasse uma dívida enorme herdada, a relação com a anterior Câmara Municipal de Coimbra também em nada beneficiou a União de Freguesias! O aperto financeiro foi tal que, Rui Soares teve de avisar a 23 de Abril de 2020 a Comunicação Social que dois dias depois, em pleno 25 de Abril, “estaria na porta da Câmara Municipal a mostrar minha revolta com aquela situação escandalosa”. E, como o que é prometido “é para cumprir” lá estava ele no dia escolhido para demonstrar “que ter 200 e poucos euros em caixa era um desrespeito para com a UFSB…”
Certo é que, apenas 2 dias depois do protesto, entraram nas contas da União de Freguesia, “cerca de 60.000 euros!” e quando questionado o porquê da situação ter chegado a esse extremo, Rui Soares diz só ter uma resposta: “aquele Presidente da Câmara de Coimbra lidava muito mal com a oposição e com quem transmitia nas reuniões públicas a verdade das coisas”.
Garantindo não estar, “desde a primeira hora, refém de ninguém nem do cargo que ocupo, pois tenho 53 anos e aos 14 já trabalhava”, esse empreiteiro de profissão cedo aprendeu que “as coisas não são nada fáceis no mundo da política, mas quando somos chamados por outras pessoas para darmos o melhor de nós pela nossa terra, se aceitamos temos de fazê-lo a sério, pois os problemas existem e são, muitas vezes, bastante complexos…”
E hoje? Como é a realidade da relação institucional com a Câmara Municipal? A resposta vem rápida e certeira: “Completamente diferente! Aberta, franca e leal, onde não encontramos discriminações por parte do Presidente (José Manuel Silva) ou do seu Executivo…” “Temos 4 reuniões por ano com o Presidente da Câmara Municipal, somos todos ouvidos, seja qual for a cor partidária (de quem a tem) e as nossas ideias são tidas em conta embora, é claro, nem sempre adotadas…”
Jornal Mira Online
(Continua amanhã, 1 de Janeiro de 2024…)