Qualidade de Vida das Famílias de Pessoas com Deficiência Intelectual: APPACDM Coimbra apresenta investigação e dados

Colóquio debate e apresenta dados sobre a qualidade de vida de famílias da instituição

A Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Coimbra vai apresentar, no próximo dia 14 de dezembro, os resultados do seu Estudo sobre Qualidade de Vida Familiar, realizado durante o ano de 2021.

Esta investigação, cofinanciada pelo Programa de Financiamento a Projetos do INR, foi realizada a 155 famílias da instituição, o que permitiu a sua caracterização nas dimensões de qualidade de vida familiar, identificando recursos e estratégias de apoio em contexto de pandemia. Com estes dados e retratos, vai ainda ser apresentada uma estratégia e ações de melhoria de qualidade de vida para as famílias.

O estudo foi realizado junto das famílias dos 242 utentes que frequentam a resposta social Centros de Atividades Ocupacionais (CAO) da APPACDM de Coimbra. O objetivo passou por caracterizar estas famílias e perceber as suas principais necessidades, de acordo com cinco domínios de qualidade de vida familiar.

De acordo com o estudo, 84,30% das famílias de pessoas adultas com deficiência que frequentam os CAO da APPACDM da Coimbra tem rendimento per capita abaixo do limiar da pobreza. Percebeu-se ainda que 80,39% das famílias com filhos com mais de 45 anos expressam medo quanto ao futuro do seu filho. Para contextualização, 30,97% dos cuidadores têm idades compreendidas entre os 70 e 90 anos.

O estudo permitiu ainda identificar os impactos da pandemia COVID-19, principalmente os períodos de confinamento, nestas famílias. Assim, percebeu-se que 84,5% expressam terem tido sentimentos de preocupação e ansiedade e 23,5% consideram ter reduzido as manifestações de afeto com os seus familiares com deficiência

De acordo com a coordenadora dos Centros de Atividades Ocupacionais, Ana Isabel Cruz, este estudo “coloca a nu uma realidade preocupante, em que o envelhecimento, o cansaço, o desgaste emocional e a pobreza assumem proporções muito fortes”. Estes dados “impelem-nos a ter de pensar estrategicamente e a agir no curto prazo, minimizando a
angústia de um desgaste acumulado, de quem todos os dias vê o fim mais próximo e teme sobre o futuro para os seus filhos”, continua a coordenadora. “É preciso diversificar respostas, ajustá-las à realidade e, principalmente, deixar de adiar soluções que podem ajudar a que a eterna pergunta “o que vai ser do meu filho quando eu morrer” apenas
encontre o silêncio como eco”, declara Ana Isabel Cruz.

No dia 14 de dezembro a APPACDM de Coimbra vai apresentar estes e mais dados relevantes sobre a Qualidade de Vida Familiar, com o intuito de refletir e procurar soluções para estes contextos.

A inscrição para o evento pode ser feita em:

www.appacdmcoimbra.pt/cqv