PsicologicaMente falando… “Dia dos Finados”

1.11.2023 –

A Psicóloga Andrea Costa deixa-nos pistas sobre o luto. Um tema sensível, para ser lido nesta altura do ano, com a necessária calma que ele merece. 

“É sempre delicado ter que lidar com uma situação de luto, seja de uma forma direta ou indireta. No dia de Finados, geralmente dor é revivida de forma mais intensa.

O dia dos finados é uma altura do ano em que normalmente entramos em contacto com memórias das pessoas que já faleceram. Memórias e sentimentos são vividos e revividos mais intensamente, tornando-se um momento para podermos refletir sobre o processo de luto.

A vida e a morte andam, quer queiramos quer não, de mãos dadas e marcam ambas presença na nossa vida.

À medida que caminhamos pelas várias etapas do ciclo de vida, aproximamo-nos do nosso incontornável destino que é a morte, ficando esta última cada vez mais presente e ocupando um maior espaço no nosso pensamento.

O processo de luto acontece perante uma perda significativa de uma pessoa ou até de um objeto estimado, desenrola-se um processo necessário e fundamental para que o vazio deixado, com o tempo, possa voltar a ser preenchido. Esse processo é denominado de luto e consiste numa adaptação à perda, envolvendo uma série de tarefas ou fases para que tal aconteça.

Vivenciar a perda pode trazer inúmeros prejuízos à sua saúde física e mental, normalmente manifestando-se por crises de ansiedade, stress, choro, depressão, alterações no apetite, crises de raiva, alterações no sono e desânimo na realização de tarefas do dia-a-dia, antes vistas como prazerosas.

Falar é uma ótima forma de lidar com o luto. Um psicólogo pode ser fundamental no processo. A psicoterapia poderá fornecer apoio e fortalecimento emocional, fazendo com que o enlutado se sinta mais preparado para entrar em contato com o sentimento de dor devastador, facilitando a elaboração do luto e favorecendo o seu conforto.

Falar sobre o luto e sobre a perda de quem amamos é uma maneira de deixá-los vivos na nossa memória, ajudando a lidar com a enorme dor que sente.”

      Andrea Costa – Psicóloga Clínica e da Saúde nº24454