PsicologicaMente Falando: “A influência das redes sociais na adolescência” (Andrea Costa)

26.04.2025 –

Mais um tema importante. Mais um texto com a chancela de qualidade da Psicóloga Andrea Costa. Vale a pena lê-lo!

“A internet já não é apenas mais uma ferramenta tecnológica. É um fenómeno transformador que influencia profundamente a sociedade, a economia, a política e a cultura. Conecta-nos ao mundo em tempo real, oferecendo inúmeras possibilidades, mas também desafios consideráveis.
Desde que o digital passou a fazer parte do nosso quotidiano, tornou-se possível criar relações virtuais, partilhar experiências, opinar, consumir conteúdos e entretenimento, fazer compras, lançar negócios e aceder instantaneamente a informação. Esta nova realidade molda, em especial, o universo dos adolescentes.
A adolescência é uma fase particularmente sensível do desenvolvimento humano, marcada por intensas mudanças emocionais e sociais. É também uma altura em que os jovens estão mais vulneráveis a questões relacionadas com o bem-estar psicológico e as redes sociais, cada vez mais presentes no seu dia-a-dia, desempenham aqui um papel importante.
Embora estas plataformas ofereçam oportunidades únicas de autoexpressão, construção de identidade e manutenção de relações sociais, também acarretam riscos. Diversos estudos apontam para uma ligação entre o uso inadequado das redes sociais e consequências negativas ao nível da saúde mental, como ansiedade, isolamento ou baixa autoestima.
Curiosamente, tanto o uso excessivo como o uso muito reduzido das tecnologias digitais podem ter impactos negativos. Por um lado, o tempo em excesso online pode interferir com a escola, atividades extracurriculares ou interações sociais presenciais. Por outro, uma utilização demasiado limitada pode excluir os adolescentes de experiências e interações sociais importantes.
Neste cenário, o papel dos pais e educadores é essencial. Proibir o acesso à internet raramente é eficaz. Os jovens irão aceder de qualquer forma, muitas vezes sem supervisão. A melhor abordagem passa por promover o diálogo, estabelecer confiança e ensinar práticas seguras de navegação.
É fundamental que os adultos incentivem os mais novos a protegerem a sua identidade e privacidade online, evitando a partilha de dados pessoais como moradas, números de telefone ou nomes completos, e saibam como bloquear ou denunciar comportamentos impróprios.
Quando existe uma comunicação aberta e de confiança, os jovens sentem-se mais seguros para pedir ajuda em situações problemáticas. Preparar os adolescentes para usarem a internet com responsabilidade é, mais do que um desafio, uma necessidade urgente.

Psicóloga Andrea Costa
C.P. 24454