Prática é responsável por 2% dos gases com efeito de estufa das viaturas. Proibição terá, no entanto, várias exceções.
O Grupo Parlamentar do Partido Socialista quer que o Governo proíba os carros que estão desnecessariamente ao ralenti, ou seja, parados, mas com o motor a trabalhar. A proposta deu entrada no Parlamento.
O deputado do PS, Miguel Matos, detalha à TSF a medida e sublinha que estudos feitos nos EUA revelam que esta prática está na origem de 2% dos gases com efeito de estufa dos automóveis.
“Sabemos que às vezes estas situações ocorrem em sítios muito concentrados das cidades, nomeadamente à porta das escolas, diminuindo a qualidade do ar. É nesse sentido que procuramos assegurar que o Governo estude a adoção do regime em vigor em vários países” como o Reino Unido, França, Bélgica ou Alemanha, bem como em estados norte-americanos (Califórnia, Colorado, Connecticut, Delaware, Maryland, Massachussets, New Hampshire, New Jersey, Texas, Vermont e Washington).
Ou seja, “proibir a paragem ao ralenti, com um conjunto alargado de exceções em que se justifica ter os carros parados com o motor ligado, mas para assegurar que esta prática, que é insustentável, que piora a qualidade do ar e que afeta a saúde das pessoas, é efetivamente combatida”, detalha o deputado socialista.
Se o projeto de resolução do grupo parlamentar do PS for aprovado na Assembleia da República, o Governo vai ter, na prática, de definir, no Código da Estrada, os casos em que se devem proibir os carros parados ao ralenti.
Miguel Matos diz que há casos em que os condutores estão simplesmente parados sem desligar os carros e destaca a situação que se vive à porta das escolas: “Essa é uma situação que nos preocupa, com consequências para a saúde e aprendizagem dos jovens em Portugal e por todo o Mundo”.
Na proposta consultada pela TSF, os deputados do PS referem que noutros países “o tempo máximo permitido para o ralenti varia entre 3, 5 e 10 minutos no espaço de quaisquer 60 minutos, prevendo em cada caso um conjunto de exceções para situações que possam justificar o ralenti”.
As exceções que existem nesses países e que “devem ser consideradas”, segundo o grupo parlamentar, incluem, por exemplo – entre outras razões -, os veículos parados devido a congestionamento em autoestrada, num sinal de trânsito ou por ordens das autoridades.