Conceição Cabrita tinha sido detida pela Polícia Judiciária na terça-feira.
A presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, Maria da Conceição Cabrita, renunciou ao cargo, anunciou esta quinta-feira a própria autarquia, depois de ter sido detida na terça-feira
Num comunicado publicado no site da própria câmara, pode ler-se que a saída acontece “na sequência da denominada «Operação Triângulo», levada a cabo pela Polícia Judiciária, através da Diretoria do Sul”.
“Com vista a assegurar o normal funcionamento da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, a Presidente da Câmara Municipal, Maria da Conceição Cabrita, renunciou ao seu mandato com efeitos imediatos”, pode ler-se também.
Quatro pessoas foram detidas na terça-feira pela Polícia Judiciária (PJ) por suspeitas de corrupção, recebimento indevido de vantagem e abuso de poder na intermediação de um negócio imobiliário em Monte Gordo, Vila Real de Santo António (Algarve), informou a PJ.
“No decurso desta operação, denominada Operação Triângulo, foram detidas quatro pessoas, uma delas titular de cargo político”, é referido no comunicado na PJ.
Segundo a PJ, entre os detidos, todos com idades entre os 50 e aos 70 anos, “estão ainda um trabalhador da Administração Pública e dois empresários”.
Em causa estão “factos suscetíveis de integrarem a prática dos crimes de corrupção, recebimento indevido de vantagem e abuso de poder”, havendo “suspeitas de atuação ilícita de titular de cargo político, que beneficiou da colaboração de funcionários, bem como outros intervenientes, na intermediação de um negócio, de compra de imóvel, propriedade do município, na praia de Monte Gordo”, lê-se ainda no comunicado.
A presidente da Câmara de Vila Real de Santo António, Conceição Cabrita (PSD), está entre os detidos.
De acordo com a PJ, foram realizadas “cerca de duas dezenas de buscas, designadamente domiciliárias, em estabelecimentos e escritórios de advogados”, diligências que “tiveram lugar na região do Algarve, Lisboa, Leiria e Ourém”.
Nas buscas às residências dos suspeitos, escritórios de advogados e numa instituição bancária “foram apreendidos vários documentos, objetos e matéria probatória que irá ser analisada”, é acrescentado no comunicado.
A operação foi desencadeada pela diretoria do Sul da Polícia Judiciária, no âmbito de um inquérito dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) Regional de Évora.
Contou ainda com a colaboração da Unidade Nacional de Combate à Corrupção, da Diretoria do Centro e do Departamento de Investigação Criminal de Leiria da Polícia Judiciária.
Entretanto, o DIAP Regional de Évora divulgou que, “além de outros atos que se suspeita terem sido de favorecimento a particulares em adjudicações de serviços, desvio de fundos do município e favorecimento pessoal (desde pelo menos 2018), está em investigação a alienação de terreno municipal a empresa de investimentos no ramo imobiliário, em troca de benefícios financeiros indevidos”.
“Em causa estão, designadamente, crimes de corrupção passiva e ativa, prevaricação, peculato, abuso de poder, todos de titular de cargo político agravado e de crime de corrupção ativa”, acrescenta o DIAP de Évora na sua página na internet.
Lusa