A ministra da Saúde, Marta Temido, diz que o aumento de casos segue as estimativas já conhecidas.
A ministra da Saúde, Marta Temido, anunciou esta terça-feira que Portugal vai atingir os 37 mil novos casos diários de Covid-19 no início de 2022.
“Vale a pena sublinhar que iremos atingir os 37 mil casos na primeira semana de janeiro. Portanto estamos perante aquilo que tínhamos referido que era o impacto previsível desta variante Ómicron, com uma ‘parede’ de casos como têm enfrentado outros sistemas de saúde como Inglaterra ou Dinamarca”, disse a ministra em declarações à SIC Notícias.
Esta declaração surge no dia em que, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde, Portugal atingiu um novo máximo de novos casos em 24 horas. De acordo com a informação da DGS, há 17.172 novas infeções e morreram 19 pessoas vítimas de Covid-19.
Marta Temido afirma que estes números estavam previstos para serem atingidos apenas na quarta-feira, mas explica que os números seguem as estimativas já feitas.
“Aquilo que estamos a verificar está em linha com aquilo que eram a estimativas que dispúnhamos, designadamente os modelos de modelação epidemiológica do Instituto Nacional de Saúde Doutro Ricardo Jorge, embora estejamos com uma ligeira aceleração face àquilo que eram as estimativas. Nós estimávamos atingir este número no dia 29 de dezembro e atingimo-lo ontem”, esclareceu Marta Temido.
A ministra voltou a referir a mesma ideia uns minutos depois em declarações à RTP 3. “É um efeito de uma variante muito mais transmissível e que se está a duplicar a cada oito dias”, disse.
Marta Temido admite que este aumento exponencial de novos contágios irá colocar “uma enorme pressão” no sistema de saúde.
“Está a colocar-nos todos à prova e está a traduzir-se numa enorme pressão no funcionamento de alguns dos nossos serviços, designadamente das linhas de contacto, dos inquéritos epidemiológicos”, afirmou.
A Linha de Saúde 24 vai ser reforçada. “Estamos a fazer mudanças nos algoritmos da linha para permitir acompanhar esta nova fase”, revela a ministra da Saúde, ainda que peça a todos para ajudarem “a conter a transmissão para adaptar as respostas” das autoridades sanitárias.
“Na mesma forma que numa outra fase da pandemia nós sabíamos que nenhum sistema tinha uma elasticidade infinita que permitisse garantir uma cama de cuidados intensivos a todos, agora nesta fase temos um sistema que também não tem uma elasticidade infinita que permita atender o telefone de todos ao mesmo tempo”, concluiu.
Rui Oliveira Costa / Guilherme de Sousa / TSF