19.8.2023 –
Portugal apresenta risco “elevado” de escassez de água entre 60 a 80% do território, com uma tendência de crescimento verificada até 2050. É o que revela um estudo do World Resources Institute (WRI), que coloca o nosso país entre os 50 piores em que há mais risco de falta de água em grande parte do território (43º lugar).
De acordo com o ‘Altas de Risco da Água Aqueduct’ do WRI, já atualmente 25 países, onde vive um quarto da população mundial, enfrentam risco “extremo” de falta de água todos os anos, usando praticamente todas as reservas de água disponíveis todos os anos (até 80%).
Os dados revelam que 50% da população mundial, cerca de 4 mil milhões de pessoas, vive em condições de stress hídrico ‘elevado’ por pelo menos um mês a cada ano. É o caso de Portugal.
“Viver com este nível de stress hídrico põe em risco a vida, o emprego, a alimentação e a segurança energética das pessoas. A água é fundamental para o cultivo e criação de gado, produção de eletricidade, manutenção da saúde humana, promoção de sociedades igualitárias e cumprimento das metas climáticas mundiais. Sem uma melhor gestão da água, o crescimento populacional, o desenvolvimento económico e as mudanças climáticas estão prestes a piorar o stresse hídrico”, avisa o WRI.
As projeções apontam para que, mesmo num cenário otimista, de controlo de aumento das temperaturas médias globais em entre 1,3ºC e 2,6ºC até 2100, a procura global de água dispare em até 25%, até metade do século.
No Médio Oriente e Norte de África significará 100% do território com falta extrema de água até 2050.
Pela mesma altura, também Espanha terá mais de 80% do território (até 100% nas piores condições) com stress hídrico extremo.
Portugal, mesmo com o cenário de agravamento, não irá, pelo menos até 2050 ultrapassar os 80% do país com risco “elevado” de falta de água, em pelo menos um mês a cada ano, de acordo com o relatório.
Com base nos dados de 2019, o WRI elaborou um ranking dos países com maior percentagem do país com risco de falta de água (em níveis que vão do baixo, com menos de 10% do território, a extremo, mais de 80%):
Pedro Zagacho Gonçalves/Executive Digest