1.11.2023 –
Foi a 1 de Agosto que teve início a Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa. O Padre Jorge Germano, da Paróquia de Mira, contou ao Jornal Mira Online como foi essa experiência.
Foram “três ou quatro anos” de preparação, com “muitas reuniões e formações pelo caminho” que acabaram por desembocar naquele que o próprio Papa Francisco classificou como o maior dos eventos deste género, até ao momento.
Padre Jorge Germano recorda com carinho o “tempo muito bom para toda a equipa” dispendido durante um período em que os elementos aprenderam a “compartilhar ideias, sendo uma verdadeira ponte entre as entidades que, de uma forma ou de outra, contribuíram para que tudo corresse como o desejado!”.
Mas, o Padre que classifica como “formidável” a luta de todos para superar os obstáculos (incluindo uma Pandemia!), não esquece de elogiar e agradecer de forma efusiva, “às famílias de acolhimento, que foram um enorme pilar que contribuiu sobremaneira para sustentar o evento, abrindo suas portas a desconhecidos vindos de outros países mas que, no final, “fartaram-se” de chorar de emoção por tão grandiosa experiência!”.
O Pároco assume com clareza que “A JMJ não veio mudar o mundo, mas… ajudou a divulgar ainda com mais ênfase, um Evangelho que traz, em si mesmo, uma proposta de amor e paz” e sente-se reconfortado por ver que, ao contrário do que é comumente apregoado, “os jovens de hoje estão ligados à Igreja”.
Tendo sido “muito positiva” a avaliação feita pela equipa, Jorge Germano acredita ter “sido plantada uma semente que já está a germinar” durante todo o processo de preparação e a própria presença em Lisboa durante os dias da JMJ.
Ele próprio foi “testemunha de uma alegria tremenda durante aqueles cinco dias”. O Pároco acredita piamente que a nova equipa que agora se formou para dar continuidade ao trabalho desenvolvido, “não irá deixar esmorecer” todo o clima que se criou, naturalmente, em redor da Jornada.
OUTRO ASSUNTO: OS ABUSOS NA IGREJA
Para Jorge Germano “os jovens têm voz e lugar dentro da Igreja atual” e, baseado nesse olhar sobre essa importância, acredita que todos os problemas relacionados, por exemplo, com os abusos cometidos, acabarão por ser resolvidos, também, dentro da própria Instituição, por todos (jovens incluídos) os que “não queiram fingir que nada aconteceu… porque, aconteceu!”.
Pela parte que lhe toca, nunca sentiu “olhares diferentes” mas, sim, “bastante apoio das comunidades” pois, para ele, o facto de terem existido crimes dessa gravidade, “não quer dizer que todos os tenham cometido… as pessoas sabem disso! Agora, o que não posso é deixar de me aproximar e confessar as crianças”, concluiu.
A finalizar, Padre Jorge Germano deixa um alerta, uma reflexão: “A sociedade e a Igreja devem ter a frontalidade de encarar esse enorme problema. Precisamos, neste caso, como em qualquer outro, de diálogo, de muito diálogo! Como alguém envolvido no seio da Igreja, deixo a minha esperança de que os jovens consigam trazer ainda mais luz a tudo o que envolve a nossa comunidade espiritual”.
Jornal Mira Online