Nome de “alta posição na hierarquia criminosa” russa foi preso a jantar na Nazaré

O homem era procurado desde 2018 e vivia em Portugal há dois anos, país a partir do qual geria um fundo de ladrões.

Stepan Furman, um dos principais nomes da máfia russa e chefe do crime organizado na região de Murmansque, no norte da Rússia, foi detido este verão na Nazaré, revela esta segunda-feira o Jornal de Notícias.

Segundo o JN, o homem de 58 anos, tinha dois passaportes falsos, um romeno e outro israelita, e vivia há dois anos em Portugal com a companheira.

Líder de um grupo responsável por homicídios, tráfico de droga, roubos, fraudes e extorsões, Furman era procurado desde 2018 pelas autoridades russas. Três anos depois foi localizado pela Unidade Nacional de Contra Terrorismo da Polícia Judiciária, que conseguiu apanhar-lhe o rasto em Montemor-o-Velho, onde comprara um apartamento.

A partir de Portugal, o criminoso russo tinha, como uma das principais funções, gerir um o “fundo comum de ladrões” de Murmansque, para apoiar membros do grupo detidos e financiar novas atividades criminosas, um mealheiro coletivo de dinheiro, bens, alimentos, bebidas e tabaco. Em dois anos, entre 2017 e 2019, estima-se que Stepan tenha conseguido arrecadar mais de um milhão de euros para este fundo.

A detenção, essa, só viria a acontecer mais tarde, no dia 20 de junho, durante uma passeio de Furman e da companheira por Fátima, Óbidos e Nazaré. Foi num restaurante de uma das vilas mais emblemáticas da região oeste que o russo foi detido, após jantar, sem apresentar qualquer resistência.

A 30 de setembro o Tribunal da Relação autorizou a extradição de Stepan Furman para a Rússia, e após um recurso negado, essa mesma mudança para o leste acabou por ser validada pelo Supremo Tribunal de Justiça. Lá, esperam-no até 15 anos de prisão por “ocupar a mais alta posição na hierarquia criminosa”.

Madremedia