No dia 1 de Dezembro, a apresentação do relatório semestral referente à situação económico-financeira do Município, elaborado por uma empresa independente, foi um dos pontos que dominou a reunião do executivo montemorense.
José Marques de Almeida, da empresa Marques de Almeida, J. Nunes, V. Simões & Associados – Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, SA, referiu: “É a primeira vez que a Câmara de Montemor-o-Velho fica sujeita a esta monitorização de um revisor oficial de contas (ROC). A preocupação básica do ROC prende-se, naturalmente, com a fiabilidade das demonstrações financeiras que a Câmara terá que apresentar, estando estritamente relacionada com um sistema de controlo interno que a Câmara deve ter; e as evidências que chegam ao nosso conhecimento mostram um controlo interno com insuficiências notórias”.
Em relação aos anos precedentes, o técnico aludiu: “o descontrolo relativamente aos ativos da Câmara, às receitas e aos custos é manifesto”, tendo esclarecido que “o relatório aponta algumas anomalias verificadas”, sendo, por isso, “recomendado que sejam feitas alterações de procedimentos no sentido de melhorar a fiabilidade das demonstrações financeiras”.
Contudo, José Marques de Almeida destacou que no primeiro semestre de 2014 “todos os indicadores exprimem uma tendência positiva que é digna de realçar”.
“No primeiro semestre de 2014 há uma redução do passivo na ordem dos 3 milhões”, asseverou.
“No primeiro semestre de 2014, o passivo exigível de médio e longo prazo diminuiu cerca de 1.599 mil euros e o passivo exigível de curto prazo em cerca de 1.434 mil euros”, pode ler-se no documento apresentado.
No momento, o presidente da Câmara, Emílio Torrão, pediu alguns esclarecimentos, elogiou o documento apresentado e, apesar do relatório “fazer uma crítica muito contundente”, destacou: “O relatório diz respeito ao passado e a um presente muito curto”.
Com os valores da dívida a serem diferentes dos apresentados no relatório da Deloitte, o autarca montemorense, que fez questão de frisar que “não gosta de deixar os números mal esclarecidos”, explicando: “Os valores da dívida apresentados [pela Deloitte] reportavam-se a 31 de Outubro de 2013 e os do relatório semestral dizem respeito já a 30 de junho de 2014”.
Na ocasião, Aurélio Rocha, da bancada da coligação “Mais por Montemor”, do PPD-PDS/CDS-PP, referiu ser “um relatório difícil, demasiado técnico”, optando por “fazer uma análise mais profunda” quando for entregue o documento referente ao 2º semestre.
O vereador Jorge Camarneiro avançou que “é um relatório preciso e claro”, e que, pela primeira vez, percebeu “claramente a razão pela qual o município está obrigado, eventualmente, a recorrer ao saneamento financeiro”.
Emílio Torrão elogia papel da AD ELO
Na reunião do executivo foi também aprovada a declaração de intenção de participação na parceria da DLBC (Desenvolvimento Local de Base Comunitária) /LEADER AD ELO – Associação de Desenvolvimento Local da Bairrada e Mondego, de modo a fortalecer a intervenção da instituição no âmbito do novo quadro comunitário.
“A AD ELO promove um trabalho de proximidade muito competente, com um papel também muito importante no desenvolvimento do associativismo e na relevância que este tem para as comunidades locais. Neste sentido, desejo e espero que os responsáveis possam dotar as associações de desenvolvimento local, nomeadamente a AD ELO, com verbas e programas específicos dedicados ao associativismo”.