O Centro Hospitalar do Baixo Vouga, que é composto pelos hospitais de Aveiro, Águeda e Estarreja, volta a estar debaixo de fogo depois do escândalo que envolve suspeitas de cirúrgicas fictícias.
Segundo avança o Jornal de Notícias, no ano passado o centro hospitalar desmarcou 1612 intervenções cirúrgicas – quase 20% das realizadas. Mas o número que mais impressiona é o deste ano: passados 43 dias de 2015, o Centro Hospitalar do Baixo Vouga já desmarcou 328 cirurgias e são a oftalmologia e a ortopedia as líderes dos cancelamentos.
Contactados feitos pelo Jornal de Notícias, responsáveis hospitalares confirmaram que se trata de um número “muito acima da média”, o que vem dar mais força à teoria da Ordem dos Médicos de que existem cirurgias fictícias.
O JN explica que este esquema é uma forma de evitar despesas. Isto porque assim que um médico determina que um paciente tem de ser operado, o hospital dispõe de seis meses para levar a cabo uma cirurgia considerada ‘normal’, dois meses para as intervenções ‘prioritárias’ e um mês para as ‘muito prioritárias’.
Caso estes prazos não sejam cumpridos, o hospital onde ocorrem os atrasos tem de dar um cheque-cirurgia ao paciente para que este seja operado noutra unidade hospitalar.