O presidente da Câmara de Coimbra, disse que a fusão dos sistemas multimunicipais de água e saneamento do Mondego, do Lis e da Ria representam um “confisco” dos bens municipais e públicos. “O que está a acontecer é um embuste que prejudica os municípios e os munícipes do nosso território, que afeta gravemente os bens patrimoniais que os municípios há muito anos vêm construindo e suportando”, considerou o autarca socialista, que falava em conferência de imprensa a propósito da proposta do Governo.
Para Manuel Machado, que lidera também a Associação Nacional de Municípios Portugueses, o Governo prepara-se para fazer, com a operação legislativa em curso, “um confisco” ao património dos municípios e assim agravar as tarifas do preço da água. O presidente do município de Coimbra disse que os municípios que integram a sociedade Águas do Mondego (AdM) vão usar todos os “mecanismos legais legítimos nas instituições e, se necessário, noutras, para que seja posta a ordem neste esbulho” que foi desencadeado pelo Governo.
O autarca considera que o Governo está a preparar a fusão das Águas do Mondego, SIMLIS e SIMRIA “com artifícios que visam enriquecer a empresa Águas de Portugal, que tem tido uma gestão ruinosa ao longo do tempo, com base em estudos intencionalmente errados”. Na contestação ao Ministério do Ambiente, os municípios da AdM vão também, segundo Manuel Machado, invocar o direito comercial, na medida em que são acionistas da empresa cujo acionista maioritário Águas de Portugal “está falido”.