MotoGP: Miguel Oliveira quer voltar a ser feliz no GP caseiro

A prova rainha do motociclismo visita Portugal pela quarta vez em dois anos. Sem público nas duas primeiras aparições, abre a totalidade das portas depois do ano passado ter permitido o preenchimento de 75% das bancadas. No Autódromo Internacional do Algarve, Miguel Oliveira ganhou na estreia. Nas edições seguintes, numa não pontuou, na outra abandonou. Esta época, já subiu ao mais alto patamar do pódio, já desistiu de uma corrida, já foi 13.º e já ficou fora dos lugares de pontuação. Parte da 11.ª posição e quer ser feliz em casa.

O Autódromo Internacional de Portimão (AIA) recebe o Grande Prémio Tissot de Portugal, 5.ª etapa do calendário 2022 do Mundial de Moto GP. Pelo terceiro ano consecutivo e pela quarta vez, a categoria “rainha” do motociclismo de velocidade acelera em Portimão.

Tendo “beneficiado” com a pandemia que se instalou no mundo — por motivos de saúde pública deu-se o cancelamento de Grandes Prémios em diversas latitudes — a “Montanha Russa” algarvia entrou na rota do Mundial de MotoGP. De suplente passou a residente, colocando Portimão no mapa-mundo dos grandes eventos de motociclismo.

No fim de semana de véspera da Revolução de Abril, o povo pode sair à rua sem amarras para preencher a totalidade dos lugares das bancadas do AIA, embora a lotação esteja, à data de hoje, longe de estar esgotada.

SAPO24 questionou os responsáveis do AIA através do gabinete de comunicação sobre o número de espectadores previstos mas não obteve resposta em tempo útil.

Este ano será a primeira vez que abrirá as portas na sua plenitude depois da limitação a 75% dos lugares na bancada à última passagem, a 7 de novembro passado, e da ausência de público nas duas corridas precedentes, devido à pandemia da Covid-19.

Da vitória na estreia à desistência na última prova

Na estreia, a 22 de novembro de 2020, o piloto português, Miguel Oliveira (Red Bull KTM Tech 3), partiu da pole position, fez a volta mais rápida e foi o primeiro a ver a bandeira de xadrez a esvoaçar na reta da meta.

Perante as bancadas despidas, o triunfo do Falcão de Almada foi visto no ecrã por “480 milhões de espetadores” e “48 milhões de seguidores/subscritores” nas redes sociais e sites, segundo estimativas de impacto mediático apontadas pela Dorma, empresa promotora do motociclismo.

No ano passado, numa passagem dupla pelo Autódromo Internacional do Algarve, o piloto da Red Bull KTM Factory Racing acabou em 16.º a 18 de abril e desistiu a 7 de novembro, em GP ganhos por Fabio Quartararo (Monster Energy Yamaha) e Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo), respetivamente.

Ainda presente na memória da última aparição dos motards em Portimão está o adeus à lenda Valentino Rossi, após 26 anos ao volante, no Grande Prémio no qual Fabio Quartararo entrou na pista algarvia como campeão mundial, o primeiro piloto francês a conquistar o título da categoria rainha em duas rodas.

Foi o culminar de uma “longa caminhada” do projeto que possibilitou a realização de três provas do MotoGP e duas de Fórmula 1 “no espaço de 12 meses”, disse então, na apresentação dessa prova, Paulo Pinheiro, CEO do AIA. Estava ganha a aposta nascida em 2008 na freguesia de Mexilhoeira Grande.

Comum às três passagens por Portimão tem sido o efusivo apoio dos fãs portugueses ao piloto de 27 anos. Depois das caravanas das edições passadas, este ano centenas de motociclistas acompanharam Miguel Oliveira até à pista.

Piloto português parte da 11.ª posição da grelha

No filme da temporada 2022, Oliveira já experimentou um pouco de tudo: abandonou (Qatar) no arranque da temporada, venceu (Indonésia), terminou no 13.º posto (Argentina) e não pontuou (foi 18.º no GP das Américas).

“O arranque da temporada não foi, certamente, o que desejámos. Queríamos estar a lutar no top 10, mais perto do top 5, mas sabíamos que, mais tarde ou mais cedo, viríamos aqui, que é sempre diferente por ser o meu Grande Prémio caseiro”, disse Miguel Oliveira em conferência de imprensa, na passada quinta-feira.

O piloto português da KTM entra em Portimão a ocupar o 9.º lugar do Mundial, com 28 pontos, a 33 de distância do líder, Enea Bastianini (Gresini Ducati), o único a vencer duas corridas neste ano.

No Grande Prémio Tissot de Portugal, parte da 11.ª posição na 4.ª linha da grelha de partida. O francês Johann Zarco registou a pole position, a primeira deste ano e a 7.ª da carreira.

Hoje, a partir das 13h00, assistir-se-á a quem for o primeiro piloto a terminar as 25 voltas na pista portuguesa com 4,6 km de perímetro entre elevações e descidas, uma reta de quase 1 km (970 m) e pelas 15 curvas (6 esquerdas e 9 direitas).

Miguel Morgado/Madremedia