Morreu o ator Carlos Santos

O ator, de 79 anos, que se iria casar em dezembro, morreu ontem à noite na sequência de um pós-operatório traumático após uma cirurgia à coluna cervical.

O ator Carlos Santos, que fazia parte do elenco da série da RTP1 Bem-Vindos a Beirais, morreu ontem, pelas 20.00, no Hospital de Faro.

A notícia foi avançada, este início de tarde, pela agência que o representava, a HIT Management, através do Facebook. Em comunicado, a Hit Management adianta ainda o motivo da morte: “Pós-operatório traumático na sequência de uma intervenção cirúrgica na coluna cervical”.

O corpo do ator, que segundo a agência “vivia maritalmente com a atriz Amélia Videira e que se iriam casar em dezembro deste ano 2016, estará em câmara ardente na Basílica da Estrela – Capela dos Claustros em Lisboa, a partir das 17.00 de amanhã, terça-feira.

O funeral realizar-se-á na quarta-feira, pelas 16.00 para o cemitério do Alto de São João, onde será cremado.

Estreou-se como profissional em 1963 e desde aí já lá vão 53 anos de teatro, cinema e televisão.

A série Terapia, da RTP, foi dos seus últimos trabalhos em televisão.

O desempenho no filme Operação Outono, sobre os últimos dias do general Humberto Delgado, valeu a Carlos Santos o prémio de melhor ator de cinema da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) e o prémio Sophia para melhor ator, da Academia Portuguesa de Cinema, em 2013.

No cinema, Carlos Santos trabalhou com Luís Filipe Rocha, António de Macedo, Joaquim Leitão, José Fonseca e Costa e Leonel Vieira.

Também fez parte do elenco do derradeiro filme de Fernando Lopes, “Em Câmara Lenta”.

Quando da entrega do prémio de melhor ator, da SPA, a Carlos Santos, este recordou que completava então (2013) 50 anos de carreira profissional, “em teatro, rádio, cinema e televisão”, e 65 anos desde que pisara pela primeira vez um palco, no ‘seu’ Liceu Gil Vicente, em Lisboa, tendo trocado o curso de Medicina, pelo trabalho de ator.

Carlos Santos, na altura, destacou ainda a importância da memória, e do filme de Bruno de Almeida, ao falar de Humberto Delgado, o candidato da oposição à ditadura, em 1958, e do seu assassinato; a importância de haver um filme a falar da PIDE, “daqueles torcionários e daquele julgamento horroroso, feito nos anos 1980, em que todos os pides foram ilibados”.

“E é este o caminho – prosseguiu o ator nas suas declarações -, o caminho em que temos vindo a regredir após o 25 de Abril, aliás, após o 25 de novembro”.

Carlos Santos, que se estreou com José Viana no Teatro de Revista (“uma homenagem que tarda”, disse o ator) somou, nos últimos anos, participações em “Bem-vindos a Beirais“, “Vidas de sal“, “O bairro da fonte“, “Uma família açoriana”, “O teu olhar“, “Quando os lobos uivam“, “A viúva do enforcado“.

O julgamento“, “A capital“, “O amor desceu em paraquedas“, “Tudo isto é fado“, “Olhó passarinho“, “A banqueira do povo“, “A selva” e “Tarde demais” foram outros trabalhos em que Carlos Alberto participou como ator.

Lusa / DN