Aveiro recebe pela primeira vez, no sábado, o festival tradicional chinês do “barco-dragão” organizado pelo Instituto Confúcio da Universidade de Aveiro.
Trata-se de uma reconstituição histórica que culmina com um desfile intercultural nos canais urbanos da ria, em moliceiros e mercantéis, cujas proas serão decoradas com cabeças de dragão.
O festival, que recria uma importante lenda chinesa, cumpre a tradição de realizar corridas de barcos-dragão e comer o tradicional zòngzi, confecionado com arroz glutinoso, embrulhado em folhas de bambu.
Remontando ao ano 277 a.C., o Festival do barco-dragão realiza-se todos os anos, em memória do grande poeta e patriota Qū Yuán, no quinto dia do quinto mês do calendário lunar chinês.
Conta-se que o poeta Qū Yuán, ao saber que a capital do seu país (o Reino Chǔ) fora ocupada pelas tropas do Reino Qín, não suportou a tristeza, atirando-se ao rio Mìluó Jiāng.
Ao receber a notícia de que Qū Yuán morrera afogado, a população chinesa, receando que os peixes comessem o cadáver do poeta, percorreu o rio Mìluó Jiāng em barcos, lançando arroz à água. Desta forma, os peixes saciariam a sua fome e não comeriam o corpo do poeta.