Ministro do Ambiente atacado com tinta verde em conferência. Ativistas prometem “não dar paz” ao Governo

26.9.2023 –

O ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, foi hoje atacado com tinta verde por três jovens ativistas climáticas, em Lisboa, durante uma conferência da CNN sobre transição energética em que participam as empresas Galp e EDP. “Não há paz até ao último inverno de gás”, prometem ativistas.

Esta manhã, durante uma Conferência da CNN intitulada “Green is the new energy”, duas estudantes do colectivo Greve Climática Estudantil atiraram ovos com tinta ao Ministro do Ambiente enquanto gritavam “sem futuro não há paz”. Estavam ainda presentes os CEOs da EDP e da GALP, patrocinadores deste evento.

Poucos minutos após o início da conferência, quando o ministro do Ambiente tomou a palavra, as três jovens dirigiram-se ao palco e atiraram tinta verde que atingiu Duarte Cordeiro na roupa, enquanto gritavam frases de contestação ao Governo.

“Não há paz”

“O Governo provou que não quer saber da transição climática ao fazer conferências com a EDP e a GALP”, “Este vai ser o último inverno de gás”, “Não permitimos que vendam o nosso futuro” e ” A Galp e a EDP não querem saber da transição justa”, foram algumas das frases que as jovens gritaram.

As ativistas foram, entretanto, retiradas da sala e a conferência foi interrompida para o ministro trocar de roupa e a sala ser limpa.

“Esta conferência é uma fachada para limpar a imagem das empresas que em Portugal estão a lucrar com as crises climática e de custo de vida”, afirma Matilde Ventura, porta voz desta ação, em comunicado. “O Ministro provou com a sua presença que prefere compactuar com os criminosos que nos estão a levar para o colapso do que garantir que nós, jovens que nascemos em crise climática, temos um futuro”.

Esta ação vem no seguimento do bloqueio do conselho de ministros, em que os estudantes declararam que “não há paz até ao último inverno de gás”, prometendo não dar paz ao governo até que se comprometa a que este inverno seja o último em que é usado gás metano para produzir eletricidade. Isto para atingir “eletricidade 100% renovável e acessível até 2025 e o fim aos combustíveis fósseis até 2030”.

Madremedia