MANUEL RIBEIRO: 66 anos de “arte e engenho”

08.10.2024 –

 

Está a fazer hoje, 8 de Outubro, 66 anos de idade. É formado em Engenharia Mecânica e ama construir e tocar instrumentos. Ama, também, “dar música” a todos os que o escutam…

Para Manuel Ribeiro, a banalidade não existe!

Acostumado, desde que se conhece por gente “trabalhar ao milímetro”, este engenheiro mecânico de profissão, tranformou – há muito tempo – uma parte da casa em que habita na pacata localidade de Escoural, na Tocha, para ser o quartel-general das guitarras que produz, sempre “com a calma necessária que esse trabalho requer…”

O simpático e afável aniversariante abriu as portas da sua casa para a reportagem do Jornal Mira Online e, ali, entrevistado e entrevistador mergulharam na vida e obra de um homem que fez parte “da Direção de Estudantes” nos longínquos tempos da Universidade de Coimbra. Tempos bons, aqueles… onde conseguiu ver – e “adorou ver” – a um Concerto de Carlos Paredes em Lisboa e aprendeu a tocar “viola, bandolim e gtuitarra portuguesa” num momento da vida que definiu os seus gostos musicais e afirmou aquele que seria o seu percurso profissional…

Definindo-se como um “indivíduo da aldeia” e um “auto-didata puro e duro”, Manuel Ribeiro assume que sempre gostou imenso de “travar conversas com mestres” e, quiçá, isso acabou por influenciar – ainda mais – a sua inegável predisposição para “olhar com olhos de ver” em tudo o que vai construindo, passo a passo, desde o momento em que escolhe a madeira até ao instante em que percebe que o instrumento está, finalmente pronto!

“Estudo tudo, ponto a ponto. Anoto tudo, desenho, “vejo” mentalmente a guitarra antes de começar a fazê-la e só me dou por satisfeito quando encerro o ciclo” diz o homem que assume que “se levar cento e cinquenta horas para completar o que me propus a fazer, seguramente terei gasto cem horas a olhar para o plano…”

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Manuel Ribeiro é homem apaixonado pela sua guitarra, homem que dedilha aquelas cordas com elegância e estilo e é homem que tira sons que encantam quem o vê tocar, que seja em espetáculos de grandes públicos ou pequenos saraus, onde a vida é contada e cantada em versos poéticos ou musicais.

Cidadão que adora “a ciência e a arte”, Manuel é sempre o mesmo que se encanta com os pequeninos detalhes que são capazes de fazer a diferença, quer seja no trabalho manual que desempenha, ou mesmo na conversa afável e, tantas vezes lúdica, que trava com “amigos de longuíssima data como Alves André ou Silvério Manata” escritor, este, de quem confessa “não ser capaz de igualar um ponto e vírgula que ele escreve”. 

Manuel Ribeiro, faça-se o que fizer, escreva-se o que escrever, é um mestre no que constrói e um vibrante e encantado artista que pendura instrumentos na parede e tem-nos, espalhados por toda uma divisão, só pelo amor à arte. Constrói guitarras – e não só – toca-as e segue o caminho da vida “feliz pelo percurso realizado”. 

Manuel Ribeiro faz, nesta terça-feira, 66 anos de idade e, o repórter ficou com uma certeza na conversa travada com o artista: o melhor parabéns que alguém pode lhe desejar, é sentar-se com ele, ao redor de “uma mesa de “reuniões” onde não faltem bom vinho e simples e boa comida” fazendo-lhe companhia. Afinal, ele só necessita, mesmo, é de pequenos gestos que fazem enorme diferença na sua existência…

Vida longa a tão afável ser humano!

Jornal Mira Online