Mais acidentes e mais mortos na estrada. Tendência de 2017 continua em 2018

Subida da sinistralidade rodoviária é internacional e não apenas portuguesa. Especialistas ainda não perceberam as razões.

Os primeiros três meses e meio do ano tiveram mais 2 mil acidentes (+5,7%) e mais 19 mortos (+17%) que em igual período de 2017. Os feridos leves também subiram, mas apenas ligeiramente, havendo, no entanto, uma descida acentuada nos feridos graves (-18%).

Em apenas um distrito do país os acidentes rodoviários não aumentaram nos primeiros meses de 2018, numa altura em que também se regista um aumento dos mortos, uma tendência que pela primeira vez em vários anos já se tinha registado em 2017.

Este aumento da sinistralidade revelado pelos dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) não é, contudo, um fenómeno único de Portugal, não sendo ainda claras as razões que o justificam.

Quem o explica é a diretora de segurança rodoviária da Infraestruturas de Portugal (antiga Estradas de Portugal), que esta quinta e sexta-feira realiza uma conferência internacional sobre o tema com a Associação Mundial da Estrada.

Ana Tomás adianta que nos últimos dias os especialistas que chegaram a Lisboa já começaram a discutir o assunto e todos revelam que depois de anos em queda a sinistralidade começou a subir um pouco por todo o lado.

Ana Tomás diz que há estudos que apontam para o envelhecimento da população como uma das causas para o aumento dos riscos na estrada, mas outros especialistas salientam o aumento das motas em circulação, sendo que em Portugal, por exemplo, grande parte da subida dos mortos em 2017 aconteceu entre quem ia em cima de duas rodas com motor.

Os smartphones (telemóveis inteligentes) que cada vez mais pessoas têm no bolso ou ao lado do volante são outro problema cujo impacto na estrada ainda não se consegue medir, mas que pode estar a influenciar este aumento da sinistralidade rodoviária.

TSF