O Município de Ílhavo acolhe aquele que é um dos maiores festivais gastronómicos do país, celebrando o bacalhau durante cinco dias, com receitas confecionadas com a dedi- cação e a sabedoria de 14 associações locais. A Câmara Municipal de Ílhavo e a Confraria Gastronómica do Bacalhau levam ao Jardim Oudinot, na Gafanha da Nazaré, a 11.a edição do Festival do Bacalhau, no ano em que se inicia a comemoração dos 70 anos da construção e viagem inaugural do “Santo André”, arrastão bacalhoeiro tornado museu em 2001 e o grande anfitrião deste Festival.
O Festival do Bacalhau é muito mais do que a experiência de comer um bom bacalhau. Ao longo destes cinco dias, de manhã à noite, por ali decorrem inúmeras ações, desde show- cookings (Cátia Goarmon, Miguel Gameiro, Ann-Kristin e Patrícia Borges já confirmados), degustações, concursos, workshops, oficinas, mostras de artesanato, visitas especiais ao Navio-Museu Santo André, atividades desportivas, espetáculos de diversas artes perfor- mativas, concertos, diversão para toda a família e a já reconhecida Corrida Mais Louca da Ria. No Cais Ria – Animação e Brincadeiras há, em permanência, atividades para pequenos e graúdos.
O Navio-Museu Santo André revela-nos a performance “Mulher em terra, homem no Mar”, concertos intimistas no seu porão e celebra a “pasteleira”, numa edição renovada da Volta ao Cais. Na zona mais a norte do Jardim Oudinot, as tasquinhas de bacalhau dão sustento ao cor- po e o Palco Mar, à alma. As noites são aquecidas pelos concertos de grandes nomes da música portuguesa – este ano, com a alma contagiante dos The Black Mamba, a alegria e o amor musical dos HMB, a celebração única dos “clássicos” Os Quinta do Bill com a Ban- da dos BV de Ílhavo, o ritmo africano do Bonga e a emoção de um Tributo a Carlos Paião.
Anualmente, o Festival do Bacalhau leva ao Jardim Oudinot dezenas de milhares de pes- soas, sendo já um acontecimento incontornável tanto na região, como no país. Trata-se de um evento que contribui de forma muito significativa para a valorização e divulgação dos valores do município e da região, sendo uma mais-valia para a dinamização da eco- nomia local e para o apoio ao tecido associativo, que tanto se destaca e é essencial na existência deste evento. A entrada no festival é gratuita.
França é o país convidado do Festival do Bacalhau 2018
Na edição 2018, os convidados vêm da cidade de Granville, da região francesa da Norman- dia. A sua costa marítima e as comunidades da Baía do Monte Saint-Michel, conhecida pela sua admirável abadia e as impressionantes marés, tiveram uma ligação muito par- ticular à pesca do bacalhau na Terra Nova, mantendo, nos dias de hoje, alguns dos mais importantes portos de pesca costeira de terras gaulesas. Granville junta-se ao Festival com diversas atividades: exposições sobre a cidade, a sua ligação à pesca e a região da Normandia, com destaque para a baía do Monte Saint-Mi- chel, um showcooking com o chef Jean-François Perrin, entre outras atividades.
Sempre ligada ao mar e à pesca, Granville e a região da Normandia representam a França no país convidado do Município de Ílhavo, após Islândia e a Espanha. Será uma oportu- nidade de estreitar relações com as comunidades que, com Ílhavo, partilham o grande património da pesca do bacalhau. Mesmo tendo terminada a atividade de pesca do bacalhau durante a Grande Guerra, o município de Granville mantém viva a memória e tradição da atividade, que ajudou a es- tabelecer o seu porto de pesca como o mais significativo da Normandia. Granville é o porto de abrigo do “Marité”, um belo lugre-patacho bacalhoeiro de três mastros, considerado o último “terre neuvier” (designação francesa para os navios que laboravam na Terra Nova) que continua a navegar.
Um Festival Sê-lo Verde
O Festival do Bacalhau foi contemplado com o acesso à linha de financiamento “Sê-lo Verde”, criada pelo Ministério do Ambiente para o apoio às práticas sustentáveis dos fes- tivais nacionais. Na edição 2018, este financiamento será aplicado em dois projetos-piloto: a criação de uma caneca reutilizável e a aplicação de toalhetes reutilizáveis numa das tasquinhas do festival. As restantes nove tasquinhas terão toalhetes de papel reciclado. Em sintonia com a Sociedade Ponto Verde, o Festival do Bacalhau implementa, desde 2015, a recolha seletiva de resíduos por deposição em big bag.
Faina Maior branco e tinto estreiam-se no Festival do Bacalhau
O Município de Ílhavo e a Rota da Bairrada juntam-se novamente para o lançamento de mais dois vinhos sob a chancela Faina Maior. Depois da edição do espumante branco Baga Bairrada, no Festival do Bacalhau 2017, este ano será a estreia dos vinhos branco e tinto Bairrada. O Espumante ‘Faina Maior Baga Bairrada Bruto branco 2014’, lançado em agosto de 2017, despertou a atenção com a medalha de Ouro que ganhou no ‘Concurso de Espumantes Bairrada 2017’. Este ano o objetivo de homenagear os bravos que se dedicam à pesca do bacalhau e aos vinhos da Bairrada é fortalecido com o lançamento dos Vinhos Faina Maior
Reserva tinto 2014 e Faina Maior Reserva branco 2016. O Faina Maior Reserva 2014 é um vinho tinto feito com o blend de Touriga Nacional (50%), Baga (35%), Syrah (8%) e Merlot (7%), com um estágio seis meses em barrica e um ano em garrafa; o vinho branco Faina Maior Reserva 2016 combina as castas Arinto, em maior percentagem, com Sauvignon Blanc e Bical, tendo fermentado 25% do lote em barricas de carvalho francês. São uma edição limitada a 600 garrafas de cada colheita, com um preço de 12,50€ e que está à venda nos espaços da Associação Rota da Bairrada – na Curia, em Oliveira do Bair- ro, na Vagueira e na Tocha (estes dois últimos espaços pop-up; até setembro) – na loja do Museu Marítimo de Ílhavo e nas lojas de Turismo de Ílhavo. Como ‘Faina Maior’ intitula-se a pesca do bacalhau à linha, praticada por homens e navios portugueses durante os séculos XIX e XX, nos longínquos mares da Terra Nova e da Gro- nelândia. Um património fascinante e lendário, uma história plena de drama e heroísmo.
Festival do Bacalhau “abre apetite” para Gastronomia de Bordo
O Festival do Bacalhau 2018 será o motor de arranque para o Festival de Gastronomia de Bordo, a realizar de 14 a 18 a novembro. A chef Patrícia Borges “abre o apetite” para este novo evento, com a realização de um showcooking no Festival do Bacalhau, no dia 11 de agosto, sábado, às 17 horas, no Pavilhão Terra e Mar. O Festival de Gastronomia de Bordo destaca o melhor da culinária preparada pelos pes- cadores durante as suas campanhas de pesca.
Ílhavo, Capital Nacional do Bacalhau, trará à mesa dos seus restaurantes as tradições de preparação alimentar durante as longas campanhas de pesca do Bacalhau nos mares gélidos do Atlântico Norte, onde, a bordo dos grandes bacalhoeiros, eram preparadas as partes deste peixe com menor valor eco- nómico, mas por muitos consideradas como as mais saborosas, tais como samos, caras ou línguas, sem esquecer a inesquecível chora (sopa de cabeças ou caras de bacalhau fresco), comida retemperadora para climas hostis, mares inóspitos e pescadores heroi- cos.
Prevê-se um festival gastronómico único, na medida em que, pela primeira vez, este património gastronómico nacional será identificado e valorizado e que também incluirá visitas gastronómicas interpretadas a museus, fábricas, navios e outros equipamentos de transformação e preparação alimentar. Ílhavo, Murtosa e Peniche, ligados pela temática do mar, estão envolvidos no projeto “Ter- ritórios c/ História: O Mar, as Pescas e as Comunidades”, no qual se enquadra o Festival de Gastronomia de Bordo.
Este projeto é financiado pelo CENTRO2020, Portugal 2020 e União Europeia, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.