SOUSELAS E BOTÃO: VALORIZAR O PASSADO, VIVER O PRESENTE E PREPARAR O FUTURO
Souselas e Botão, a União de Freguesias de Souselas e Botão, que tem como presidente Rui Soares, eleito na lista do movimento SOMOS COIMBRA, pertence ao concelho de Coimbra e foi constituída em 2013 no âmbito da reforma administrativa que agregou as antigas freguesias de Souselas e Botão.
De acordo com os Censos de 2021, a freguesia tem 4188 habitantes e uma densidade populacional de 126, 9 habitantes por quilómetro que, assim, se distribuem numa área geográfica de 33.01 quilómetros quadrados.
Os lugares da freguesia são Souselas, Marmeleira, Sargento Mor, Zouparria do Monte, São Martinho do Pinheiro, Lagares, Santa Luzia, Ribeiro e Pisão dos Canaviais, no Sudoeste, e Botão, Larçã, Paço, Outeiro do Botão, Póvoa do Loureiro, Mata de S. Pedro e Paúl, a Nordeste.
Ao longo dos séculos, a freguesia de Souselas e Botão foi vendo o seu património civil e religioso ser construído, ainda que pouco se saiba sobre algumas construções antigas anteriores ao século XVIII. Relativamente ao património religioso, destacam-se a Igreja Matriz datada de há mil e cem anos cujo padroeiro é São Tiago, o Passal e a Residência Paroquial, o Cruzeiro, e a Capela do Senhor do Terreiro (em Souselas); a Capela de S. João, a Capela da Nossa Senhora da Agonia e o Templete das Alminhas (na Marmeleira), a Capela de Nossa Senhora da Boa Morte, a e a Alminha de São Romão (em Sargento-Mor), a Capela de São Martinho (na Zouparria do Monte), a Capela de Nossa Senhora da Nazaré (São Martinho do Pinheiro).
Também a Igreja paroquial de São Mateus (primeiros documentos históricos datam de 1116), a Capela de São Sebastião, o cruzeiro setecentista (Botão), Capela de São Miguel (Outeiro); Capelas de São Sebastião e do Senhor dos Aflitos (Larçã); Capela de Nossa Senhora da Conceição (Paço); Capela de São Pedro (Mata); Capela de Santo António (Póvoa do Loureiro); Capela de Nossa Senhora da Lapa e Igreja de Santa Catarina (Paúl)
O património cultural é bastante amplo e complexo, e indissociável da realidade socioeconómica dos territórios onde se insere. É constituído por todas as manifestações, cultos, tradições e bens, tanto materiais como imateriais, reconhecidos de acordo com a sua importância histórica e cultural para o território. Por isso, enquanto valor único de durabilidade representativa simbólica e material da expressão cultural da União das Freguesia de Souselas e Botão, refiram-se as suas Festas e Romarias, enquanto elementos típicos da cultura popular e tradicional, fortemente associadas às principais atividades desta população. São sobretudo festividades religiosas, eventos culturais de celebração, também importante para quem visita este território.
A freguesia é atravessada por duas principais unidades morfo-estruturais de Portugal: a Orla MesoCenozoica, de origem sedimentar com domínio dos calcários e alguns arenitos, e o Maciço Antigo, do complexo xistograuvático, com ocorrência de xistos. A terra é essencialmente argilosa. A sua paisagem é marcada por serras, planaltos e vales, com destaque para a Serra do Alhastro e, ainda, por planaltos, colinas, montes de menor expressão: o Cabeço da Azenha, Cabeço das Almoinhas e o Cabeço dos Moinhos.
Com efeito, o seu património ambiental é envolto numa biodiversidade única, característico da região em que se insere, e uma paisagem constituída por flora, fauna e recursos hídricos determinantes para a sustentabilidade da freguesia e da região. Por isso, relativamente à ocupação do solo, a natureza geológica da freguesia, a sua topografia, com montes, outeiros, planaltos e vales, bem como uma importante rede hidrográfica tem permitido uma agricultura rica e variada, sendo o olival e a vinha as culturas dominantes. Destaca-se a presença do minifúndio, relacionado com a fertilidade do solo, uma vez que esta freguesia se situa no extremo Norte do “Campo do Mondego” e possui uma área considerável de terras irrigadas pelos Rio Botão e Rio Resmungão (outro topónimo para Ribeira de Souselas), bem como o elevado número de vales e pequenos ribeiros seus afluentes (que integram a sub-bacia hidrográfica do Rio dos Fornos).
A freguesia caracteriza-se por grande diversidade de habitats, de flora e fauna, com uma relevância em termos de biodiversidade e conservação da natureza (sobretudo na área das Serras de Brasfemes e do Alhastro).
Na freguesia de Souselas e Botão predominam a floresta de folhosas, sobretudo eucaliptos, mas também outras espécies invasoras, assim como a floresta de resinosas, maioritariamente pinheiros bravos (Pinus pinaster). Todavia, muitos destes povoamentos são mistos, com algumas ocorrências de pinheiro-manso (Pinus pineo). A exploração desta floresta tem alguma representatividade na economia local, com a venda da madeira de pinheiro para as serrações e a de eucalipto para a indústria de celulose. Em alguns focos, subsistem ainda alguns vestígios da floresta primitiva, existindo exemplares de carvalho-cerquinho ou português (Quercus faginea subsp. broteroi), para além do carvalho-alvarinho (Quercus robur), do carrasco (Quercus coccifera), e do sobreiro (Quercus suber). Para além de outras espécies pontuais, identificam-se também alguns castanheiros (Castanea sativa) e aveleiras (Corylus avellana), nos pontos mais húmidos. Nas zonas mais secas ocorre a azinheira (Quercus rotundifolia). O azevinho (Ilex aquifolium L.), também ocorre em alguns locais. Nas zonas ribeirinhas surgem importantes núcleos de Salgueiros pretos (Salix atrocinerea) e brancos (Salix alba). Existem também alguns choupais de Choupo-branco (Populus alba) e negro (Populus nigra), destinados à indústria da madeira.
Em Souselas está situada a Cimpor, uma das maiores empresas do país e a freguesia é ainda servida pelo caminho de ferro.
Por tudo isto, e pela dinâmica que se vive nesta união de freguesias do concelho de Coimbra, e de que iremos falar mais detalhadamente dentro de algumas edições, aconselhamos vivamente uma visita.
ANTÓNIO VERÍSSIMO