21.9.2023 –
O vendedor de carros nunca imaginou que o patrão tivesse um casamento em Albufeira exatamente na semana em que decidiu vir passar férias na cidade algarvia. O caso está agora em tribunal e o homem garante que foi sumariamente despedido.
Um vendedor de carros irlandês decidiu rumar a Portugal para uma semana de férias, em outubro de 2022, mas essa decisão custou-lhe o emprego, isto porque, já no Algarve, deu de caras com o chefe que não teria aprovado as férias. O funcionário acusa agora a empresa de o ter despedido de forma ilegal e o caso já seguiu para o tribunal de trabalho.
Gary Maloney é o nome do homem que está no centro desta história que, para além de insólita, é bastante improvável. Conta a RTE, uma empresa pública de comunicação social da Irlanda, que há praticamente um ano, o vendedor de carros usados que estava empregado no stand Bill Griffin Motors Lts, sediada em Dublin, na Irlanda, decidiu que merecia uns dias de descanso e, por esse motivo, apanhou um avião e desembarcou na costa algarvia.
Família dos patrões celebrou matrimónio no sul do país
O que não esperava é que a família Griffin – dona da empresa em que trabalhava – também estivesse no Algarve, mais precisamente em Albufeira, para um casamento de família.
Quis então o destino que Gary Maloney e Robert Griffin, um dos diretores do stand, se cruzassem num bar. Robert contou, numa audiência no tribunal de trabalho, que o empregado chegou mesmo a abordá-lo nesse momento, tendo o encontro sido assinalado com uma selfie. Surpreso com o que acabara de suceder, o funcionário decidiu partilhar a sua incredulidade com os colegas de trabalho que ficaram na Irlanda e enviou-lhes o registo fotográfico.
A fotografia chegou às mãos de David Griffin, diretor comercial, que no dia seguinte chegou a Portugal para se juntar à festa familiar. O responsável, inevitavelmente, avistou Gary Maloney em Albufeira, mas decidiu não o abordar porque “não fazia sentido trazer uma questão de recursos humanos para umas férias de família”, contou o próprio no tribunal.
Gary foi despedido na segunda-feira seguinte
Depois de gozar uns dias em território luso, o empregado voltou ao seu país. Na segunda-feira seguinte, ao chegar ao local de trabalho, foi informado que deveria abandonar as instalações imediatamente porque tinha sido despedido.
Como justificação, a empresa garantiu que não autorizou as férias e que Gary não atendeu as chamadas telefónicas durante toda a semana, fazendo cair negócios que tinha deixado pendentes.
Na audiência no tribunal de trabalho, o funcionário cujos serviços foram dispensados afirmou que antes de viajar para o Algarve questionou o diretor comercial sobre as férias e que o mesmo não lhe respondeu nem sim, nem não dizendo apenas que “não devia haver problema”. Já o diretor garantiu que em momento algum aprovou os dias de licença.
O caso está agora sob análise jurídica depois de Gary Maloney ter apresentado queixa contra a Bill Griffin Motors Ltts alegando que a empresa o despediu sumariamente.
SIC Notícias