Uma delegação da Infraestruturas de Portugal esteve em Cantanhede para apresentar ao Conselho Intermunicipal da Região de Coimbra o projeto da Linha Ferroviária de Alta Velocidade, que ligará Lisboa ao Porto e atravessará diversos municípios da região.
Recorde-se que ainda recentemente, o Executivo liderado por Helena Teodósio tomou uma posição inequívoca sobre a necessidade de se optar pela adoção do Eixo 5 para esta nova ligação ferroviária entre Porto e Lisboa, uma vez que qualquer outra solução teria um impacto muito negativo no território que, de resto, já é atravessado, numa grande extensão, pela A1, com todas as condicionantes que daí decorrem, a vários níveis.
Na ocasião, a autarquia cantanhedense disse ser demasiado penalizante ter duas infraestruturas de transportes tão marcantes na parte nascente do concelho, até porque o efeito conjugado de uma com a outra tenderia a exponenciar os efeitos nefastos ao nível ambiental, sem esquecer as irremediáveis alterações que provocaria numa estrutura agrária absolutamente consolidada como uma das zonas mais produtivas da região.
A presidente da Câmara Municipal reiterou, de resto, esta posição na reunião com os dirigentes da Infraestruturas de Portugal, sublinhando que “a autarquia não pode deixar de vincar a sua posição em defesa do interesse das populações”.
Na reunião do Conselho Intermunicipal, o vice-presidente da Infraestruturas de Portugal, Carlos Fernandes, apresentou uma versão do projeto, alertando para o facto de a atual Linha do Norte ter atingido a sua capacidade máxima, com a circulação de mais de 700 comboios/dia.
O responsável salientou ainda o facto de não ser fácil articular a nova infraestrutura com a linha convencional, nomeadamente de Soure para Norte, face à elevada ocupação do território. É, de resto, no troço de aproximadamente 65 quilómetros entre Soure e Aveiro (Oiã) que se centram as preocupações dos autarcas da região, mas o traçado final ainda não é conhecido.
Com uma implementação faseada até 2030, a Linha Ferroviária de Alta Velocidade será construída em bitola ibérica e diminuirá o tempo de ligação entre Lisboa e Porto para 1 hora e 15 minutos.