Nos incêndios de Pedrógão Grande, 66 pessoas morreram e mais de 250 ficaram feridas e cerca de meio milhar de casas e 50 empresas ficaram destruídas.
Esta sexta-feira assinalam-se os cinco anos dos incêndios de Pedrógão Grande.
A 17 de junho de 2017 dois incêndios juntaram-se e fenómenos de vento de grande violência empurraram as chamas por mais de 10 quilómetros entre Pedrógão e a Estrada Nacional 236-1.
Os incêndios, que alastraram aos concelhos vizinhos de Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, provocaram a morte de 66 pessoas, além de ferimentos a 253 populares, sete dos quais graves.
Cinco anos depois, pelo menos oito processos estão em tribunal na sequência dos incêndios de Pedrógão Grande. Um eles terá decisão final em setembro e envolve o então comandante dos bombeiros de Pedrógão Grande, o único que responde por eventuais falhas no combate.
GESTÃO EFICAZ DA FLORESTA CONTINUA POR FAZER
O trabalho de gestão da floresta está quase todo por fazer: árvores ardidas ainda não foram cortadas e a regeneração natural não é respeitada.
Atualmente, as florestas da região de Pedrógão Grande são bastante densas e isso tem levantado questões acerca da falta de segurança que se verifica.
Há muitos terrenos por limpar e as espécies invasoras não estão a ser controladas, pondo assim em risco outras espécies como as folhosas que são mais resistentes ao fogo e permitem fazer uma gestão mais equilibrada da floresta.
Nenhum trabalho de intervenção foi feito naquela área e a regeneração natural não está a ser facilitada, o que causou o crescimento de uma floresta desordenada e potencialmente propícia a incêndios.
Falta também criar zonas de descontinuidade que são fundamentais no combate às chamas.
APENAS 52 DAS 1.000 CASAS DE SEGUNDA HABITAÇÃO FORAM RECONSTRUÍDAS
A solução encontrada pelo Governo para a reconstrução de segundas habitações após o incêndio de Pedrógão Grande, ficou aquém dos objetivos. Das perto de 1.000 casas afetadas pelo incêndio foram reconstruídas até agora pouco mais de 50 casas.
Em outubro de 2017, o primeiro-ministro garantiu que o Governo ia encontrar respostas para reconstruir segundas habitações. Em Vale Serrão, por exemplo, das 47 casas que foram destruídas, apenas três foram reconstruídas.
Através do Fundo de Apoio Municipal, o Governo criou uma linha de crédito de 10 milhões de euros, mas os contratos feitos com as autarquias nem sequer chegaram a 1,4 milhões. Aliás, o valor transferido é de pouco mais de 165 mil euros.
MEMORIAL AINDA NÃO ESTÁ CONCLUÍDO
A obra tem vários meses de atraso e só deverá ficar concluída em outubro.
O memorial de homenagem às vítimas da tragédia de 2017 só agora, cinco anos depois, começa a ganhar forma junto à estrada onde aconteceu o episódio fatal.
A Infrastruturas de Portugal (IP), responsável pela concretização do projeto, justifica os atrasos consecutivos com a falta de materiais.
O custo total para a instalação do monumento rondará um milhão e 800 mil euros e a IP garante que o orçamento será respeitado e não vão existir derrapagens.
A questão da limpeza dos terrenos junto às estradas tem vindo a ser um assunto de bastante discussão contudo, já arrancou há um mês e está a ser suportada pela Associação da Indústria Papeleira depois de um apelo feito pela associação de vítimas do incêndio.
SIC Notícias