A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, disse hoje que é preciso reduzir contactos, mas sem deixar de viver, trabalhar, ir à escola, ao teatro, ao cinema ou fazer compras.
“Temos de continuar a viver. Só temos de diminuir o número de contactos, sem deixar de ir ao trabalho, à escola, ao teatro, ao cinema, ou de fazer compras” disse Graça Freitas na habitual conferência de imprensa sobre a situação da pandemia em Portugal, durante a qual agradeceu aos profissionais de saúde que têm acompanhado os doentes há oito meses.
Dirigindo-se aos cidadãos em geral, a diretora-geral da Saúde recordou que as únicas medidas contra a propagação do novo coronavírus, que provoca a doença covid-19, são os comportamentos.
“Passam hoje oito meses sobre o primeiro caso de covid-19 em Portugal e todos aprendemos com cada dia que passou. Apelo para não se baixar a guarda por muito cansados que estejamos”, disse.
Estamos numa fase ascendente e é da nossa responsabilidade achatar a curva”, adiantou, insistindo que quanto menos contactos se tiver no dia-a-dia menos hipóteses existe de transmitir a doença.
Graça Freitas explicou ainda o que quer dizer quando se refere a uma bolha nas advertências que tem feito para que as pessoas não misturem bolhas de contactos.
O que é uma bolha? É um sítio isolado onde posso estar com algumas pessoas. É a família que mora na mesma casa. Os nossos amigos e os colegas não são da minha bolha. Não podemos facilitar no emprego e na escola em momento em que estamos mais relaxados”, explicou.

Portugal ultrapassou hoje os máximos de óbitos e internamentos por covid-19 desde o início da pandemia com o registo de 46 mortos e 2.255 doentes internados, 294 dos quais em cuidados intensivos, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
De acordo com o boletim epidemiológico da DGS hoje divulgado, Portugal regista hoje 2.506 casos, abaixo dos 3.062 notificados no domingo, e 146.847 casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus, além de 2.590 óbitos.
Em relação aos internamentos, o número de pessoas hospitalizadas continua a subir desde há mais de uma semana, sendo agora de 2.255 pessoas, mais 133 do que no domingo, dos quais 294 (mais 10) estão em Unidades de Cuidados Intensivos.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,2 milhões de mortos e mais de 46,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Lusa