Todas as outras variantes perderam relevância, incluindo as da África do Sul e do Brasil que quase desapareceram. Foram detetados 46 casos da Delta Plus, mas situação parece controlada.
O Instituto Nacional de Saúde Pública Dr. Ricardo Jorge (INSA) classifica como “galopante” o aumento de casos da variante Delta em Portugal no último mês.
Todas as outras variantes perderam relevância, apesar das enormes diferenças entre regiões do país, e a mutação conhecida como Delta Plus revela uma circulação “ainda limitada”.
Segundo o relatório mensal do INSA, consultado pela TSF, 55,6% dos casos de Covid-19 analisados geneticamente, no mês que está prestes a terminar, estão associados à variante Delta (com origem na Índia), o que contrasta com os 4% de maio ou com os zero casos de abril.
A variante Alpha (com origem no Reino Unido, que chegou a Portugal no final de 2020) está em evidente recuo: de 88,4% dos casos em maio para menos de metade em junho (40,2%).
A variante Gamma (originária do Brasil) também perdeu importância (4,3% em abril, 2,3% em maio e 2% em junho), tal como a Beta (nascida na África do Sul) que representa agora apenas 0,1% dos casos estudados amostralmente pelo INSA depois de vários meses a rondar os 2%.
Delta Plus limitada e enormes diferenças regionais
O relatório mensal das variantes adianta ainda que em junho foram confirmadas 46 infeções com a Delta Plus, ou seja, 2,3% dos 55,6% casos da variante Delta incluem-se nesta categoria que se acredita ser mais perigosa e que identifica uma mutação adicional na proteína Spike.
No entanto, segundo o INSA, cerca de 50% dos diagnósticos de Delta Plus “restringem-se a apenas duas cadeias de transmissão de âmbito local, sugerindo que a sua circulação comunitária é ainda limitada”.
As diferentes variantes apresentam, igualmente, grandes diferenças regionais.
A Delta é dominante sobretudo no Alentejo (94,5% dos casos), no Centro (82,8%), em Lisboa e Vale do Tejo (76,4%) e no Algarve (75%), não sendo maioritária no Norte (32,1%), na Madeira (13,2%) e nos Açores onde é residual (3,2%).
No Norte, na Madeira e nos Açores a Alpha ainda é, de longe, a variante dominante, com muita margem para um aumento de contágios potenciados por uma estirpe mais infecciosa como a Delta.
Finalmente, os poucos casos da variante Beta (da África do Sul) só existiram, em junho, em Lisboa e Vale do Tejo (0,2%) e na Madeira (3,8%); e também a variante Gamma (do Brasil) só se registou em quatro regiões: Lisboa e Vale do Tejo (1,7%), Algarve (1,8%), Norte (3,8%) e Madeira (11,3%).
Nuno Guedes / TSF