Será administrada uma vacina de outra farmacêutica a quem recebeu a primeira dose da AstraZeneca.
As pessoas com menos de 55 anos que receberam em França a primeira dose da vacina da farmacêutica AstraZeneca contra a Covid-19 devem receber a segunda dose de outra vacina, afirmou o ministro da Saúde francês.
As declarações de Olivier Véran surgem antes do anúncio oficial sobre esta matéria, previsto para hoje.
“Vai ser confirmado hoje, é absolutamente lógico”, declarou Véran, frisando, porém, que o anúncio oficial caberá à Alta Autoridade da Saúde (HAS) francesa, que fará uma conferência de imprensa às 08h00 GMT (09h00 em Lisboa)
A HAS tinha suspendido o uso desta vacina em menores de 55 anos no dia 19 de março, devido aos raros casos de trombose detetados na Europa.
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) reconheceu na quarta-feira uma ligação entre a administração da vacina e os casos raros de “coágulos de sangue incomuns associados a plaquetas”, agora listados como “efeitos secundários muito raros”.
Contudo, o regulador europeu sublinhou que os benefícios do uso da vacina ainda superam os riscos.
Na mesma conferência de imprensa, a EMA comparou o risco de formação de coágulos sanguíneos após a toma da vacina da contra a Covid-19 da farmacêutica AstraZeneca ao da toma de contracetivos hormonais como a pílula.
“Um exemplo em que gostaria de atentar é [a relação entre] o uso do contracetivo oral combinado hormonal e os coágulos sanguíneos que ocorrem após a toma desses contracetivos, que são dados às mulheres que normalmente são saudáveis”, afirmou o Chefe do Departamento de Farmacovigilância e Epidemiologia da EMA, Peter Arlett.
Depois da polémica com os casos de trombose detetados em quem já tinha tomado a vacina da AstraZeneca, vários países decidiram traçar limites e não administrar a vacina da AstraZeneca abaixo de certas idades, por uma questão de segurança: 30 anos no Reino Unido, 55 anos em França, na Bélgica e no Canadá, 60 anos em Portugal, na Alemanha, em Itália e nos Países Baixos e 65 anos na Suécia e na Finlândia.
Lusa