Flash Interview Luís Miguel – Ala-Arriba

Chegou a Mira depois de 15 anos sem treinar nenhuma equipa e apanhou um Ala-Arriba que parecia que iria sucumbir em campo, tal como acontecera na época anterior. Aos poucos, Luís Miguel conseguiu incutir nos seus jogadores o valor que acreditava que eles tinham… hoje, o Ala-Arriba está na Divisão de Honra da AFC e seu mister promete que “não será fácil a ninguém vencer-nos em Mira!”

JMO – Comecemos pelo princípio de tudo: Quando chegou ao Ala Arriba qual foi a primeira coisa que pensou?

LM – (risos) Pensei “onde fui me meter?” (risos, novamente). A sério: encontrei uma casa totalmente desarrumada, com número insuficiente de jogadores e, os poucos que haviam pareciam não acreditar que aquela situação podia mudar…

 

JMO – Quais foram os primeiros pontos em que atacou?

LM – Antes de mais, foi necessário dar aos atletas que cá estavam e os que chegaram, muita força mental e, só depois disso, trataríamos da parte físico-tática. Para dizer a verdade, a parte psicológica deu imenso trabalho mas, acredito que os jogadores entendiam que, quando eu lhes dizia que acreditava na subida, era verdadeiro.

 

JMO – Com as coisas a melhorarem, os resultados a aparecerem, a subida ali tão perto… em qual altura que começou a planear a época 2024/2025

LM – Antes, bastante antes de terminar a época 2023/2024. Era a tal crença de que coisas boas iriam acontecer…

JMO – Como define, neste momento, o projeto que abraçou? É viável financeiramente?

LM – Hoje podemos dizer com clareza que o projeto do Ala Arriba é preparado para 4 ou 5 épocas e, ao contrário do que ouço falar, não estamos a gastar muito. Isso é uma mentira! Temos, seguramente, um dos orçamentos mais baixos da nossa Divisão. Tratámos, foi de buscar jogadores da região de Aveiro, que nos darão, seguramente, ainda mais competitividade.

 

JMO – Falemos da pré-época…

LM – Serão 12 jogos-treinos ao todo. Muito trabalho, pois sem ele não se vai a lado algum…

 

JMO – Podemos abrir o jogo sobre os objetivos da época?

LM – Parece ser a conversa de sempre, mas a realidade é mesmo essa: queremos fazer uma época estável, tranquila, sem sobressaltos. Iremos pensar jogo a jogo, deixar que as coisas se clarifiquem na tabela classificativa. O primeiro terço do campeonato é que ira ditar o nosso Destino! Duas coisas são certas: lutaremos em todos os jogos para vencer e não alterarei, como nunca o fiz, táticas consoante os adversários!

JMO – E a nível interno, como são os objetivos traçados para o plantel?

LM – Nosso desejo é o de construirmos duas equipas ao mesmo nível, onde todos terão de estar prontos a entrar e, ao mesmo tempo, quem esteja na equipa sinta que a concorrência é forte. Vou lhe dizer uma coisa: se conseguirmos alcançar essa meta, vai ser difícil ganhar-nos – principalmente perante os nosso público. Entretanto – é importante frisá-lo – estaremos a competir com equipas muito difíceis num campeonato extremamente equilibrado!

 

JMO – A visão da Direção é a mesma que a sua?

LM – Desde o dia em que aqui cheguei, sempre senti apoio de toda a Direção. Tenho muito respeito pelo nosso Presidente que tudo faz para que as coisas andem nos eixos, pelo Dúlio, “peça” importante nessa “engrenagem”, por toa a gente, enfim.

 

JMO – Para terminarmos, como define o Treinador Luís Miguel?

LM – Sei que sou muito amigo dos jogadores. Quando é para bebermos um copo, lá estou mas, quando se trata do trabalho, sou exigente. Se pudesse colocava todos em campo mas, como não é possível, tenho de fazer minhas escolhas, sempre com a convicção de que não estou a ser injusto com qualquer um deles. Mesmo sendo daqueles treinadores à antiga, da linha dura, percebo que os atletas, os dirigentes, o meu staff e o público, percebem que minha liderança e gestão de balneário são sempre consoante as necessidades da equipa.