17.5.2023 –
Está em curso uma megaoperação policial em clubes portugueses de futebol. As buscas estão relacionadas com a Operação “Fora de Jogo”. Em causa estão suspeitas de fraude fiscal ligadas a dezenas de transferências de jogadores de futebol.
A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), acompanhada pela GNR, está a realizar dezenas de buscas em todo o país, incluindo nos estádios do FC Porto, Benfica e Sporting. Em causa estão suspeitas de fraude fiscal ligadas a dezenas de transferências de jogadores de futebol, que envolvem milhões de euros.
Para além dos estádios dos Dragões, da Luz e de Alvalade, as buscas estão a decorrer também em casa do filho de Pinto da Costa, na Gestifute de Jorge Mendes e em casas de jogadores.
A SIC apurou que, no Benfica, as transferências sob suspeita são as de Rafa, Chiquinho e Vlachodimos.
A repórter da SIC, Amanda Martins, adianta que as buscas ainda decorrem no Estádio de Alvalade, em Lisboa.
O Sporting e o Benfica estão a colaborar com as autoridades nas buscas às instalações, adiantam fontes dos dois clubes à agência Lusa.
Estão também a ser cumpridas diligências em casa de Alexandre Pinto da Costa, agente de futebol e filho do presidente do FC Porto, na Torre das Antas, no Porto, e na Gestifute, empresa de Jorge Mendes.
As buscas estão relacionadas com a Operação “Fora de Jogo”, que decorre há vários anos e já conta com, pelo menos, 47 arguidos. É o maior processo de investigação na história do fisco português relacionada com o futebol.
Em causa estão suspeitas de fraude fiscal e fraude à segurnaça social ligadas a dezenas de transferências de jogadores de futebol, que envolvem milhões de euros.
A investigação está a ser dirigida pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).
Esta, em comunicado, confirma que “estão em curso mais de seis dezenas buscas, abrangendo instalações de sociedades, incluindo as sociedades anónimas desportivas do Sporting C.P., S.L. e Benfica e F.C. Porto, escritórios de advogados e de contabilidade, bem como diversas residências”.
Essas diligências, especifica, “decorrem nas áreas de Lisboa, Porto, Braga, Viana do Castelo, Aveiro e Setúbal”.
Em causa, confirma também o DCIAP estão “suspeitas de prática de crimes de fraude fiscal qualificada, fraude contra a segurança social e branqueamento de capitais, ligadas com celebração ou renovação de contratos de trabalho desportivo, pagamento de comissões e circuitos financeiros que envolvem os intermediários nesses negócios, bem como utilização de direitos de imagem”.
Os factos em investigação aconteceram entre 2014 e 2022, “com forte dimensão internacional” e com “indícios de vantagens patrimoniais ilegítimas, fiscais e contra a segurança social, no valor global de mais de 58 milhões de euros”.
Nas buscas estão a participar “cerca de 250 elementos”, dos quais inspetores tributários e aduaneiros, militares da GNR, magistrados do Ministério Público, magistrados judiciais, bem como representantes da Ordem dos Advogados.
SIC Notícias