As exéquias e celebrações fúnebres voltam “ao normal” e todas as atividades educativas e formativas devem seguir as orientações das autoridades civis. As medidas entram em vigor esta sexta-feira.
A Conferência Episcopal Portuguesa anunciou esta quinta-feira o fim da imposição de limites à lotação das igrejas, por causa da pandemia. A medida entra em vigor no dia 1 de outubro.
Num comunicado enviado à Renascença os bispos explicam que, no contexto do levantamento de outras restrições no país, também as igrejas podem relaxar, “de forma ponderada” os limites à ocupação.
“Em relação às nossas assembleias litúrgicas, que são o coração pulsante da vida de fé, geradoras da comunhão eclesial e dinamizadoras do serviço e da missão, tendo em conta a evolução contextual, é tempo de ir retomando uma maior participação dos fiéis, abrandando de forma ponderada os distanciamentos e os limites impostos à lotação das nossas igrejas. Entretanto, as outras medidas de proteção – higienização das mãos e uso da máscara – devem manter-se”, lê-se.
Na ausência de um limite estipulado pelos bispos, depreende-se que cada comunidade é convidada a avaliar a sua própria situação e a agir em conformidade.
O documento explica que os padres e leitores podem retirar a máscara para serem mais bem compreendidos pelos fiéis, desde que seja respeitada a distância de segurança, mas salvaguarda que a comunhão continuará a ser distribuída exclusivamente na mão, e não diretamente na boca, embora o diálogo anterior a esta, em que o padre anuncia “Corpo de Cristo” e o fiel responde “Amen”, pode ser retomado. A coleta pode voltar a realizar-se, mas a saudação da paz continua suspensa.
Enterros voltam ao “normal”
Todas as alterações que entretanto foram feitas durante a pandemia às celebrações fúnebres também ficam suspensas, com os bispos a ordenar que “no tocante à celebração dos demais Sacramentos, Sacramentais e Exéquias cristãs, deverão retomar-se as prescrições dos livros litúrgicos.”
Os padres são também convidados a manter uma distância de segurança com os penitentes na confissão, sem pôr em causa o sigilo, e “nas unções, evite-se o contacto corporal direto, recorrendo ao uso de compressas de algodão que, em seguida, se recolhem e posteriormente serão incineradas. Antes e depois dos ritos que comportem algum contacto físico com pessoas ou objetos, os ministros devem proceder à higienização das mãos.”
“Nos velórios, a prática da aspersão supõe a mesma cautela. Se não for possível garantir esse procedimento, é preferível retirar a caldeirinha e usá-la apenas no Rito da Encomendação. As pias de água benta junto às entradas da igreja continuarão vazias”, lê-se ainda no documento.
Por fim, a Igreja portuguesa remete para as autoridades civis outras atividades pastorais como “catequese e outras ações formativas, reuniões, ajuntamentos, iniciativas culturais e de restauração, entre outras, bem como peregrinações, procissões, festas, romarias, concentrações religiosas, acampamentos e outras atividades similares”, que devem seguir “as regras previstas pelas autoridades competentes para situações educativas, sociais e culturais semelhantes”.
A Igreja Católica em Portugal tem feito questão de seguir sempre as orientações da DGS e do Governo relativas à pandemia, antecipando-se mesmo a elas em algumas ocasiões.
As novas orientações surgem numa altura em que Portugal conta já com uma taxa de vacinação de cerca de 85% da população, o que permite, segundo o Governo, levantar várias das restrições que ainda estavam em curso.
Filipe D´Avillez / RR