24.4.2024 –
O espetáculo de teatro que combina histórias e música, e recorda o que foi o antes, o durante e o depois do 25 de Abril de 1974.
A companhia de teatro Filandorra está a percorrer 13 municípios de Trás-os-Montes e Alto Douro para “Contar a Cantar Abril”. É um espetáculo de teatro que combina histórias e música, e recorda o que foi o antes, o durante e o depois do 25 de Abril de 1974.
A iniciativa tem 25 espetáculos, entre o palco e a rua, onde os atores se apresentam com calças à boca-de-sino, roupas coloridas e cabelos compridos. O objetivo é puxar pela memória dos mais velhos e mostrar aos mais novos como era naquela época.
O diretor da Filandorra, David Carvalho, tinha 18 anos quando se deu a Revolução dos Cravos. Lembra que “andava a plantar batatas perto de Bisalhães”, em Vila Real, quando o pai, que era cabo da GNR e estava de folga, teve de sair a correr porque outros camaradas o foram buscar num jipe, berrando que “havia uma revolução em Lisboa”. Apareceu ao fim de três dias. Só depois David Carvalho festejou o 25 de Abril de 1974.
Estas e outras memórias como esta ajudaram a construir um espetáculo em que uma das protagonistas da peça é a “Liberdade”, representada pela atriz mais nova, com 12 anos de idade.
Segundo David Carvalho, no papel encaixa, em música e texto, “todo o antes do 25 de Abril, o dia da Revolução e a festa que se seguiu”.
As músicas de Abril aparecem neste espetáculo pelo “privilégio que é ter na Filandorra jovens atores que tocam e cantam bem”, o que “já pôs pessoas a chorar entre os que viram”, destaca o diretor-artístico. “É uma homenagem aos cânticos que nos educaram, ainda nos deleitam e, até, nos dão coragem para resistir àquilo que parecem ser algumas sombras negras que perpassam por aí”, reforça.
O périplo termina a 28 de abril. Ao todo, três mil quilómetros percorridos, durante pouco mais de duas semanas, para a Filandorra “Contar e Cantar Abril”.
Eduardo Pinto/TSF