Cerca de 250 mil pessoas saudaram o regresso do FC Porto à varanda da câmara municipal, 19 anos depois, para mostrar a taça de campeão nacional de futebol, numa festa que começou no sábado e entrou pela madrugada de hoje.
Com a avenida dos Aliados pintada com os tons azuis e brancos, o momento mais esperado da noite surgiu quando o capitão dos ‘dragões’ Hector Herrera ergueu o troféu, ladeado dos restantes elementos grupo de trabalho.
Depois do triunfo no terreno do Vitória de Guimarães (1-0), na 34.ª e última jornada da I Liga, a equipa chegou à ‘sala de visitas’ da cidade Invicta num autocarro panorâmico, que foi literalmente engolido pela multidão, enquanto tentava contornar a avenida, com os jogadores eufóricos pela receção dos adeptos.
Entre cânticos alusivos à conquista do título, e também muitas provocações ao rival Benfica, a festa, que tinha começado ao início da tarde, com vários momentos musicais, prolongou-se para o interior dos Paços do Concelho, onde o presidente do clube, Pinto da Costa, recebeu a Medalha de Honra da cidade.
No exterior, o discurso do dirigente, assim como do presidente da autarquia portuense, Rui Moreira, foi acompanhado pela multidão em vários ecrãs gigantes, e pontuado, frequentemente, com ruidosas salvas de palmas.
Findas as cerimónias protocolares, a comitiva dirigiu-se para a varanda do icónico edifício, onde, ao som do hino do clube, agradeceu o apoio dos adeptos e mostrou o troféu à cidade.
“É uma festa fantástica, já tinha saudades de vir cá ver o FC Porto na câmara. Não devia ter passado tanto tempo com as portas da câmara fechadas para o clube, que é um baluarte da cidade”, disse à agência Lusa José Vilaça, que desde o início da noite esperava a chegada da equipa.
Mais ao lado, Anabela Pereira confessou que já não se lembrava da última vez que tinha acontecido uma festa semelhante nos Aliados, deixando uma palavra especial para o presidente da autarquia.
“Foi uma injustiça muito grande o que aconteceu nos últimos 19 anos. Obrigado ao presidente da câmara por este momento, e por deixar com que cidade hoje estivesse muita linda”, vincou a adepta.
A viver este momento pela primeira vez, o pequeno Carlos Pinto, de apenas nove anos, mostrava-se rendido aos festejos do seu clube e “à oportunidade de ter visto os jogadores a passarem perto”, deixando uma mensagem a Sérgio Conceição: “é um ótimo treinador”.
Mais à frente, trajado a rigor, com as cores do Porto num invulgar chapéu e com a bandeira do clube às costas, Miguel Magalhães, que tinha chegado aos Aliados ao final da tarde, não escondia a euforia pelo momento.
“Já merecíamos, foi uma época muito angustiante porque há quatro anos que não éramos campeões, e não queria que entregássemos o ‘penta’ ao Benfica. Isso faz com esta celebração seja ainda mais especial, assim como a merecida entrega da medalha ao Pinto da Costa”, disse, entusiasmado, mostrando “esperança em nova festa do título na próxima época”.
Os momentos de comunhão com os adeptos ganharam ainda mais contornos, quando os jogadores desceram do edifício da câmara até um palco rodeados pela multidão, e desfilaram por um passadiço a até meio da avenida, aquecendo uma festa, abrilhantada com fogo de artifício, que se prolongou pela madrugada.
O FC Porto, que terminou o campeonato no primeiro lugar com 88 pontos, igualando o recorde fixado pelo Benfica na época 2015/16, assegurou na penúltima ronda o seu 28.º título de campeão nacional, 21.º com Pinto da Costa como presidente do clube.
Desde 1999 que o FC Porto não se deslocava à Câmara do Porto para festejar as vitórias no campeonato nacional, designadamente nas nove vezes em que o clube foi campeão durante os quase 12 anos de mandato do social-democrata Rui Rio (entre 2002 e 2013).
Lusa