O presidente da Associação de Pesquisadores e Estudantes Brasileiros em Coimbra disse que o nome, fama e história da Universidade de Coimbra no Brasil já atraiu 2.500 estudantes brasileiros em 2021, sendo a universidade estrangeira com maior número.
“A Universidade de Coimbra tem um grande nome e uma grande fama no Brasil, que leva não só os estudantes que tiveram familiares a estudar em Coimbra a vir procurá-la”, afirmou Felippe Vaz, numa entrevista à Lusa, a propósito dos 200 anos da independência do Brasil e da ligação do estabelecimento do ensino superior português à efeméride.
Ele próprio confessou que veio “pelo nome, fama e história” da universidade, que a “torna muito grande”.
Para o presidente da APEB, quando se fala da história da universidade é “não só da ligação histórica (…) ao Brasil”, mas também “da sua longevidade”.
Segundo Felippe Vaz, os alunos brasileiros vêm pela “grandeza da instituição”, mas também pela sua qualidade académica, pelas oportunidades, tanto de trabalho, como de estágio, e pela importância do seu nome no currículo. Sobretudo este último constitui “um dos grandes fatores de motivação”.
Mas também “não é raro o caso de estudantes brasileiros que vieram para cá, ou porque os pais ou avós fizeram (…) toda a licenciatura, ou mesmo (…) programas de mobilidade” na universidade, como Erasmus, ou mestrados e conheceram a sua história, manifestando o desejo que os filhos estudassem ali, referiu o presidente da APEB.
O responsável referiu que a maioria vem estudar para Portugal, como para outro país da Europa, pela questão da segurança e da situação política e económica no Brasil.
Felipe Vaz acrescentou que a historicamente, a Universidade de Coimbra teve “um grande papel” na independência do Brasil, referindo que “há grandes nomes que estudaram em Coimbra que tiveram um papel importante na história do Brasil, num contexto geral. Isso cria um legado para o futuro”.
Face a este legado, a própria associação envolveu-se nas comemorações do bicentenário da independência do Brasil — com a realização de debates e semana cultural, numa perspetiva histórica e indígena – em novembro.
E, antes que terminem as comemorações dos 200 anos da independência do Brasil, a APEB quer realizar um evento de maior escala cuja organização ainda está numa fase embrionária, admitiu o presidente, justificando que a associação depende também de financiamento do Governo federal do Brasil.
“Queremos trazer grandes nomes para cá, grandes empresários, políticos também, para se fazer um debate histórico, mas também político e económico”, adiantou.
Segundo, Filippe Vaz, isto é importante para a tomada de decisão dos alunos de ficarem ou partirem, após os estudos.
Porque muitos ainda sentem falta do estilo de vida, da família, e têm vontade de voltar para o seu país, “até mesmo para ter a oportunidade de levar para o Brasil o que aprenderam aqui”, referiu. Enquanto outros “já estão aqui a achar trabalho, muito felizes e não estão a pensar em voltar”, realçou Felippe Vaz.
Ele próprio desde 2017 a estudar em Portugal – licenciou-se em psicologia na universidade de Coimbra e vai começar agora um mestrado – confessou que ainda balança entre a vontade de voltar ou ficar.
Madremedia/Lusa