As autoridades do estado do Amazonas, no norte brasileiro, anunciaram um toque de recolher obrigatório devido à saturação dos hospitais, sobrecarregados pelo fluxo de pacientes com covid-19 e com graves problemas de abastecimento de oxigénio.
Além do recolher obrigatório, todas as atividades, exceto serviços essenciais, estarão encerradas.
O recrudescimento da pandemia em Manaus, capital do Amazonas, estado quase totalmente coberto pela floresta Amazónia, agravou a situação dentro de hospitais e há relatos de falta de oxigénio para tratar pacientes com covid-19.
O investigador Jesem Orellana, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na Amazónia, afirmou à agência de notícias France-Presse que “não há mais oxigénio nos hospitais e alguns pacientes estão à beira da asfixia”.
“Estamos no momento mais crítico da pandemia”, admitiu por sua vez o governador Wilson Lima.
“A nossa região produz uma grande quantidade de oxigénio (graças à floresta Amazónia), mas hoje é a nossa população que precisa de oxigénio e solidariedade”, acrescentou o político, salientando que muitos pacientes serão transferidos para outros estados.
Apenas nos primeiros 12 dias de janeiro, o recorde mensal de novas hospitalizações por covid-19 foi ultrapassado (2.221, face às 2.128 registadas em abril).
A taxa de mortalidade do novo coronavírus é de 142 por cada 100 mil habitantes no Amazonas, muito acima da média nacional (98 por 100 mil).
Aqui não há mais camas de hospitais vazias, não há mais tanques de oxigénio, nada. É só ter fé”, disse Luiza Castro, residente em Manaus.