O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses alertou hoje que o Hospital dos Covões, em Coimbra, está “em rutura” e considerou que o aumento de camas para doentes com covid-19 tem de ser acompanhado por um reforço de profissionais.
O Hospital Geral, conhecido como Hospital dos Covões, do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), está “em rutura e sem condições de trabalho e segurança”, havendo cerca de 30 doentes com covid-19 “a necessitarem de ser internados sem que para tal haja lugar”, afirmou o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), em nota de imprensa enviada à agência Lusa.
O CHUC anunciou na terça-feira que vai alargar de 161 para cerca de 230 as camas disponíveis para doentes estáveis com covid-19.
Para o coordenador regional do SEP, Paulo Anacleto, a medida carece de um reforço também de recursos humanos, nomeadamente enfermeiros.
“O conselho de administração diz que não há profissionais no mercado para contratar, mas há um dispositivo que não aumenta o número de enfermeiros, mas que dá a possibilidade de o CHUC aumentar o número de horas de cuidados de enfermagem para todos os doentes, que é o regime de horário acrescido”, frisou Paulo Anacleto.
Segundo o dirigente, este dispositivo permite aumentar, por opção do enfermeiro, o horário semanal das 35 horas para as 42 horas, com a respetiva contrapartida financeira.
“O conselho de administração tem autonomia para propor isso aos enfermeiros. Com cerca de 3.000 enfermeiros, o CHUC não aumenta o número de enfermeiros, mas aumenta o número de horas de cuidados que podem ser prestados aos doentes que são cada vez mais”, salientou.
De acordo com Paulo Anacleto, a carência de enfermeiros apenas se tornou mais visível com a pandemia de covid-19, sendo uma “carência estrutural”.
Nesse sentido, o dirigente sindical defendeu também a conversão de contratos a termo e termo incerto em contratos sem termo.
Lusa