Em caso de novo confinamento, 62% dos encarregados de educação estão preocupados com acompanhamento da aprendizagem

73% consideram que voltará a ser necessário mais acompanhamento dos professores; 1/5 dos encarregados de educação gastaram em média 245€ com ferramentas digitais de apoio durante o confinamento

O regresso às aulas está agendado para breve, mas a evolução da situação epidemiológica, que levou ao encerramento dos estabelecimentos de ensino em março, ainda é incerta. Segundo o inquérito realizado pelo Observador Cetelem Regresso às Aulas, na eventualidade de vir a ser necessário um novo confinamento, o que mais preocupa os encarregados de educação no sistema de ensino não-presencial é a dificuldade em acompanhar a aprendizagem dos alunos (62%), com especial incidência entre aqueles que têm estudantes entre o 1º e o 4º ano (67%).

Talvez por isto mesmo os encarregados de educação sejam da opinião que voltará a ser necessário mais acompanhamento dos professores e tutorias (73%) para ajudar as famílias, assim como apoios para a aquisição de equipamentos para o ensino não presencial (60%); e a manutenção do regime de trabalho remoto dos encarregados de educação (26%) – ganhando mais expressão entre os que têm a seu cargo alunos no pré-escolar (36%).

No cenário de necessidade de confinamento, os encarregados de educação estão ainda preocupados com a falta de interação dos estudantes a seu cargo com os seus colegas (11%), o possível impacto nos seus trabalhos (9%) mas também o impacto psicológico na família (6%).

Apesar das circunstâncias, metade (52%) dos encarregados de educação dizem que o decurso do ano letivo anterior correu bem; 37% diz que não correu nem bem, nem mal; e 10% dizem que correu mal. Quem tem estudantes na Pré (60%), Secundário (59%) e Universidade (60%) avalia mais positivamente.

Para auxiliar durante esse período 62% dos encarregados de educação dizem que os estudantes a seu cargo recorreram às plataformas de apoio disponibilizadas pelas escolas. 29% utilizou plataformas para trabalhos em grupo e 24% utilizou plataformas de editoras.

No total, 1/5 dos encarregados de educação dizem que tiveram gastos em ferramentas de apoio ao estudo em casa, sendo o valor médio de gastos de 245 euros em ferramentas digitais como, por exemplo, acessos pagos a plataformas de ensino, apps, aquisição de computadores, entre outras. Os estudantes do ensino superior foram os que mais investiram (349€).

Metodologia:

O inquérito quantitativo do Observador Cetelem Regresso às Aulas 2020 foi realizado pela empresa de estudos de mercado Nielsen. Este teve por base uma amostra de 503 indivíduos com estudantes a seu cargo residentes em Portugal Continental, de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos de idade. Para obter as 503 entrevistas válidas a indivíduos com estudantes a cargo, foram realizados 1303 contactos. A amostra total é representativa da população e está estratificada por distrito, sexo, idade e níveis socioeconómicos e conta com um erro máximo associado de +/- 4.4 pontos percentuais para um intervalo de confiança de 95%. As entrevistas foram realizadas telefonicamente (CATI), com informação recolhida por intermédio de um questionário estruturado de perguntas fechadas. O trabalho de campo foi realizado entre 20 a 30 de julho de 2020.

A maioria dos inquiridos pelo Observador Cetelem Regresso às Aulas (68%) tem apenas um estudante a seu cargo, 28% tem dois e 4% tem três ou mais. 89% dos inquiridos indicam que os seus dependentes frequentam o ensino público, com os restantes a referir o ensino privado. A grande maioria (75%) tem a seu cargo estudantes do ensino básico – 38% no 3º ciclo; 29% no 2º ciclo e 28% no 1º ciclo. 21% têm estudantes a seu cargo a frequentar o ensino secundário, 11% o ensino pré-escolar e 8% estudantes universitários.