Em Cantanhede estão algumas das mulheres que ajudaram a construir a Liberdade…

13.4.2024 –

A Biblioteca Municipal de Cantanhede recebeu no dia 6 de Abril, a Inauguração Oficial da Exposição “Mulheres do 25 de Abril”, numa simbólica (e justíssima) homenagem de Mário Marques e António Canteiro ao papel das mulheres que foram “perseguidas, presas, torturadas e levadas ao exílio” por oporem-se ao antigo regime.

Cerca de 60 pessoas marcaram presença para apreciar a pintura de Mário Marques, a poesia de António Canteiro e a voz de João Paulo Cavadas. Mais ainda, foram honrar a memória de cada uma daquelas 25 mulheres e, em nome delas, de todas as anônimas que sofreram todo o tipo de violência física e verbal durante as suas vidas.

Catarina Eufémia, Diana Andringa, Glória Marreiros, Helena Cabeçadas, Helena Pato, Irene Flunser Pimentel, Isabel do Carmo, Luísa Tito de Morais, Margarida Tengarrinha, Maria de Jesus Barroso, Maria de Lourdes Pintasilgo, Maria Helena Gorjão, Maria Helena Vieira da Silva, Maria Isabel Barreno, Maria Lamas, Maria Luísa Cabral, Maria Luiza Sarsfield Cabral, Maria Manuela Macário, Maria Stella Piteira Santos, Maria Teresa Horta, Maria Velho da Costa, Natália Correia, Odete Santos, Sophia de Mello Breyner Andresen e Vera Lagoa foram as mulheres retratadas pela belíssima arte saída das mãos e dos pincéis de Mário Marques e pela indelével escrita de um dos mais afamados escritores da Gândara (e eles são tantos e bons…), cujo nome artístico é António Canteiro, para além de acompanharem João Paulo Cavadas no embalo de “Grandola, vila morena” do imortal Zeca Afonso.

A verdade é que, naqueles tempos, todas aquelas mulheres sonhavam com o dia em que pudessem ser livres em toda a sua plenitude e, também por causa delas, as mulheres de hoje puderam estar presentes para recordá-las. Por isso, mulheres e homens… sem distinção, estiveram por cerca de uma hora a deixarem-se encantar pelo momento.

No fundo, as conquistas de Abril são mesmo isso: a possibilidade de, em tantos poderosos instantes, podermos dar valor a quem os tem ou os teve. Podermos olhar para atrás e sentir orgulho no ponto em chegamos, sabendo que podemos almejar ainda mais. Sentirmos que podermos defender, até em momentos como este, a fidelidade ao expoente significado da verdadeira Liberdade, sem nunca perdê-la de vista…

Jornal Mira Online

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